Dia Nacional de Luta pela Educação Inclusiva: acolhimento à pluralidade humana deve nortear atuação das/os profissionais da Psicologia
Em 2004, o Sistema Conselhos de Psicologia elegeu 14 de abril como Dia Nacional de Luta pela Educação Inclusiva. O Conselho Regional de Psicologia do Espírito Santo (CRP-16) aproveita a oportunidade dessa data para avivar a todas e todos, especialmente às/aos profissionais de Psicologia, a importância desse tema tão desafiador e, ao mesmo tempo, tão caro à formação humana. A bandeira é, sobretudo, a de uma escola que se faça para toda/o e qualquer aluna/o, que acolha a diversidade e a pluralidade que nos constitui; uma escola que garanta o acesso, a permanência e uma formação integral a todas e todos as/os estudantes.
Dentre os inúmeros impasses para efetivar os princípios de uma escola inclusiva, destaca-se a própria configuração hegemônica de nossas escolas modernas, seriadas, normalizantes e uniformizantes, nas quais, tudo o que escapa aos parâmetros previamente definidos de aprendizagem encorpa o constructo do fracasso escolar. Criou-se, historicamente, procedimentos para triagem de alunos que desviam de tais parâmetros, no sentido de destinar-lhes um encaminhamento diferenciado, em escolas ou salas especiais. Nessa lógica, o trabalho das/os psicólogas/os no campo educacional se constituiu, basicamente, até por volta dos anos 1990, por meio de práticas diagnósticas que balizavam tal separação.
Atualmente, as políticas de educação especial vêm tentar criar alternativas e procedimentos específicos para que todas/os possam estudar em escolas comuns, sem a separação espacial, que ao longo de tantos anos, culminou com duros processos de exclusão. Conquistas importantes já foram alcançadas nesse sentido, mas estamos longe de vislumbrar uma política educacional instituída que não opere pela exceção e que tenha a diversidade como a base de seu funcionamento. Tal cenário, não impede, contudo, as resistências cotidianas de um outro fazer no espaço escolar: organizações curriculares experimentais em algumas escolas ousadas, práticas cotidianas inclusivas de profissionais da educação pulverizadas em ambientes muitas vezes endurecidos.
Nesse cenário, convocamos a todas/os as/os psicólogas/os que, de algum modo, atuam com processos formativos, a serem agentes dessas microrrevoluções, atuando sempre norteadas/os pelo acolhimento à pluralidade humana.
V Plenário do Conselho Regional de Psicologia da 16ª Região-ES