Confira a resposta do IV Plenário do CRP-16 aos questionamentos feitos à nota de repúdio ao desfecho do processo de impeachment
O documento informa que “tais posicionamentos referem-se ao modo como o grupo gestor vigente do CRP-16 compreende o seu papel político, bem como à necessidade de sua participação na produção coletiva da sociedade”
Após divulgar, no dia 05 de setembro, esta nota de repúdio à condução e ao desfecho do processo de impeachment da Presidenta Dilma, o CRP-16 recebeu alguns questionamentos por conta da veiculação do texto, assinado pelo IV Plenário do Conselho.
Diante das questões recebidas, o IV Plenário do CRP-16 apresenta os seguintes argumentos:
Resposta aos questionamentos direcionados ao IV Plenário do CRP-16
Em resposta aos questionamentos direcionados ao IV Plenário do Conselho Regional de Psicologia da 16ª Região/ES, em função de posicionamentos firmados publicamente a respeito de diversos temas ligados ao funcionamento de nossa sociedade, que afetam direta e indiretamente as relações entre as pessoas, incidindo na promoção ou na negação de direitos de cidadania, informamos que tais posicionamentos referem-se ao modo como o grupo gestor vigente do CRP-16 compreende o seu papel político, bem como à necessidade de sua participação na produção coletiva da sociedade.
Por acreditarmos na importância fundamental da Psicologia no processo de transformação da sociedade, contribuindo para a promoção de qualidade de vida e para a afirmação da dignidade da pessoa humana, denunciando tudo o que se opõe a tais perspectivas, entendemos não ser possível assumir a perspectiva do silêncio e da omissão com a qual se reveste muitas vezes a neutralidade.
Reiteramos que o IV Plenário do CRP-16, eleito de forma direta e democrática para cumprir as funções gerenciais e administrativas do Conselho Regional de Psicologia da 16ª Região/ES, possui autonomia para posicionar-se conforme o seu entendimento político e social, em qualquer tema que considere afeito as suas atribuições, assumindo as responsabilidades por suas condutas, a exemplo do que é comum percebermos também em outros órgãos gestores de categorias profissionais, tais como: OAB, CRM, CRESS etc.
Temos o pleno reconhecimento de que, em uma sociedade diversa e também entre profissionais pertencentes a uma categoria diversa como a Psicologia, não há unanimidade no pensar, havendo amplas possibilidades de entendimento com relação a qualquer fenômeno social ou mesmo psicológico. É exatamente por isso que valorizamos as manifestações de apoio e de contraposição aos posicionamentos deste Plenário como perfeitamente inerentes ao processo democrático, processo esse que julgamos como caro para a nossa sociedade, devendo ser resguardado e afirmado a todo custo. E mantemo-nos sempre abertos ao diálogo e à produção de novas reflexões que sejam promotoras de cidadania e afirmativas da vida em primeira instância.
Importa afirmar, por fim, que toda decisão em se posicionar publicamente é tomada a partir de um processo de discussão e de decisão coletiva, envolvendo democraticamente todos os membros do Plenário, sendo acatado e efetivado aquilo que for de entendimento da sua maioria. Jamais, portanto, um posicionamento público é adotado a partir da vontade individual de um de seus membros ou sem que o devido processo de reflexão com os pares seja realizado.
IV Plenário do Conselho Regional de Psicologia da 16ª Região/ES