Redes de garantias, jogos e pandemia: veja como foi o debate realizado pelo CRP-16
As dificuldades na atuação profissional durante a pandemia, outras formas de acolhimento (remotamente) e a disposição de jogos (em especial os online) trazendo rebatimentos no comportamento de crianças, adolescentes e jovens (e até adultos e idosos). Essas questões foram debatidas na reunião aberta “Jogos, Tecnologias, Pandemia: revisitando os desafios de atendimento no SUAS e refletindo as redes protetivas”, realizada pelo CRP-16, em 27 de maio, pela plataforma Google Meet.
O encontro virtual aconteceu em alusão ao Dia do Combate à Violência e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes (18 de maio), sendo promovido pelas comissões de Políticas Públicas e Sociais (CPOPS) e de Direitos Humanos (CDH) do Conselho.
Debate
A reunião foi mediada pelo conselheiro da CPOPS Walter Amaro de Salles (CRP-16/2789). Ela teve os seguintes convidados: Eduardo Silva Miranda (CRP16/1134), Ástima Polliana Souza (CRP16/1746) e Mayara dos Santos Totola (CRP16/3432).
Doutor em Psicologia pela Ufes, Miranda é coordenador do curso de Psicologia da Faculdade Doctum (Serra/ES) e tem experiência em Psicologia do Desenvolvimento, atuando com temas referentes a jogos de interpretação, cognição, desenvolvimento humano, jogos eletrônicos e adolescentes.
Psicóloga há 14 anos, Ástima Polliana, atualmente, trabalha no Cras Jucutuquara em Vitória/ES e integra a Comissão Local de Assistência Social do Município. Ela tem mais de dez anos de experiência na proteção básica do SUAS, tendo atuado no Iases, Pronasci, entre outros.
A psicóloga Mayara dos Santos Tótola trabalha como psicóloga clínica desde 2012 com atuação na abordagem cognitivo comportamental e com quase uma década de experiência na área social (média complexidade) e faz pós-graduação em Saúde Mental e Dependência Química.
Jogos na cultura humana
Miranda falou sobre a relação cultural da humanidade com os jogos. Ele apontou também a evolução de games e como eles estão cada vez mais acessíveis para as pessoas, seja por conta da modalidade online, mas que também está sendo praticado por pessoas de todas as idades, não apenas crianças e jovens.
Segundo o coordenador do curso de Psicologia da Doctum, a evolução dos jogos, trazem personagens que começam a fazer parte da cultura e do imaginário coletivo: “por isso começa a se aproximar das crianças e adolescentes”.
A mistura dos games com a literatura também foi abordada por Miranda. Assim como o potencial realístico dos novos ‘games’. “No Fifa, a sincronização já permite tirar um jogador lesionado (na vida real) do jogo virtual”. E citou como a faixa etária de jogadores vai ampliando: “Criança está jogando, adulto, adulto não tão jovem, e idoso também está começando a jogar”.
SUAS
A psicóloga Ástima fez um balanço sobre atuação no SUAS, citando a questão de ser porta aberta e assinalou a importância de se rever e garantir direitos. Já Mayara, destacou como é importante, neste momento de pandemia, as redes de garantia e de proteção. Ela citou a dificuldade no acolhimento, quando este teve de ser feito pelo telefone, alegando ser bem difícil essa situação.
No debate, foi discutida a relação comportamental de jogos e os rebatimentos na atuação profissional nos espaços do SUAS, permeando a contribuição e outros impactos dessas questões sendo trabalhadas juntamente.