Quais impactos da pandemia de covid-19 nas comunidades quilombolas e indígenas?
Quais impactos da pandemia de covid-19 nas comunidades quilombolas e indígenas? Essa pergunta norteou o debate promovido pela Comissão de Relações Raciais (CRR) do CRP-16, no início da noite da quarta-feira, 27 de maio.
Um aspecto em comum à questão da covid-19 ter chegado a essas comunidades é a ausência de ações do estado em favor desses povos.
“Nas comunidades quilombolas, os quilombolas fazem quarentena voluntária até porque não há preocupação do poder público com a população quilombola. Não há nenhum profissional de saúde que vai até a comunidade para saber como ela está. E não estamos distantes. Estamos próximos da BR-101, mas é a comunidade que faz a quarentena voluntária e cria os mecanismos de proteção”, assinalou a pedagoga e militante das causas quilombolas Olindina Serafim Nascimento, da comunidade quilombola do Sapê do Norte, em São Mateus, no Norte capixaba.
A ativista indígena e bacharel em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina, Geni Núñez apontou a ausência do estado também nas comunidades indígenas. “A política de isolamento tem suas limitações no modo de vida comunitário. Num condomínio tem uma porta fechada, mas na aldeia as pessoas vivem juntas. A circulação é a característica do modo de vida. Então quando um se contamina, pode contaminar a todos. Por isso temos adotado as barreiras sociais. E as ações de proteção de danos estão sendo feitas pela própria comunidade”.
Com o tema: “Análise dos efeitos da pandemia em comunidades quilombolas e indígenas”, o debate da CRR discutiu outras questões relacionadas às comunidades indígenas e quilombolas, fazendo o recorte racial, educacional e socioeconômico.
Esta foi mais uma reunião aberta e online realizada pelo Conselho neste mês. A conselheira presidente da Comissão de Relações Raciais do CRP-16, Patrícia Santiago Portugal, conduziu os trabalhos e mediou a roda de conversa, após as falas de Olindina e Geni. O evento foi realizado pela plataforma Zoom.