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NOTA PÚBLICA DO CRP 16 SOBRE O MOVIMENTO PELO “PASSE LIVRE”

Postado no dia 7 de junho de 2011, às 15:42

Assistimos ocorrer em Vitória/ES, nos dias 2 e 3 de junho de 2011, uma das mais intensas mobilizações na história capixaba acerca da redução dos preços das passagens de transporte coletivo

No dia 2 de junho (quinta-feira) uma pequena mobilização com cerca de 100 a 200 pessoas interrompeu o trânsito de capital de Vitória, a partir do Centro da Cidade, causando uma série de transtornos à mobilidade urbana e ao “direito” de ir e vir da população que trafega diariamente pela região. Trata-se de uma capital pequena e algumas vias, quando interrompidas, causam sérios congestionamentos no tráfego de pessoas e mercadorias.

Esse protesto, composto em sua maioria por jovens estudantes universitários e secundaristas, foi então  marcado por uma intervenção policial por meio do Batalhão de Missões Especiais (BME), que reprimiu com severidade e violência o agrupamento estudantil. Balas de borracha e gás lacrimogêneo (bombas de efeito moral) foram utilizados para conter o protesto. Muitas crianças e idosos que circulavam pelo local foram atingidos, inclusive os que nada tinham a ver com o movimento. Todo esse atropelo durou um dia inteiro de negociações e enfrentamentos até que alguns estudantes foram detidos e algemados, levados à delegacia para depoimento e demais procedimentos inerentes ao sistema de justiça.

No dia 03 de junho (sexta-feira) a mobilização foi muito maior, e cerca de 1500 pessoas, incluindo estudantes, professores, profissionais de diversas categorias, militantes de movimentos sociais, se aglutinaram em frente à Universidade Federal e caminharam em protesto, contra a violência do BME, contra a mídia local e contra o governo.

Em meio a isso, observamos, entristecidos, a mídia local, atravessada por interesses diversos, utilizar-se de terminologia tendenciosa para desqualificar o movimento estudantil e dar ênfase àqueles participantes do movimento que, infelizmente, entendem que se protesta pela força bruta e não pelo diálogo. Que conflito significa luta corporal e agressão verbal. O BME, nesse contexto, é a força legítima que o Estado utiliza para conter manifestações consideradas perigosas à sociedade e, naquele momento, eram os estudantes e demais agregados ao movimento os “perigosos”. Cabe ir além e afirmar sem medo: com a permissão de uma boa parcela da população espírito- santense!

A sociedade pode e deve manifestar-se de todas as formas possíveis, sem violência, sem humilhação, sem sofrimento.  As formas dominantes de poder devem e podem ser repudiadas. O objetivo de toda e qualquer manifestação deve ser a melhoria da qualidade de vida de todos e todas,  independente das separações sociais a todos nós impostas.

Por isso, o CRP 16 ES apóia os movimentos sociais que, através do diálogo, da reflexão contínua e sistemática e da ação política organizada, alertem a sociedade sobre seus direitos e deveres em prol do bem comum. O CRP 16 ES repudia toda e qualquer ação violenta, seja da polícia ou de qualquer militância, que se propõe a dignificar a vida, a democracia e a liberdade de expressão.

III Plenário do Conselho Regional de Psicologia da 16ª região ES

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