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Dia Nacional da Luta Antimanicomial: CRP-16 convoca a categoria para participar de atividades em lembrança à data

Postado no dia 11 de maio de 2018, às 18:14

18 de maio é Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Em defesa de uma sociedade sem manicômios e favor de direitos e políticas sociais, o CRP-16 convoca a categoria a participar das atividades em lembrança à data.

Na terça-feira, 15, o CRP-16 promove, a partir das 19 horas, no auditório da sua sede em Vitória, uma roda de conversa da Comissão de Saúde do Conselho com as psicólogas Andréa Romanholi e Camila Mariani.

Camila vai falar sobre a política de álcool e outras drogas. E Andrea vai fazer um histórico da criação do Dia Nacional da Luta Antimanicomial no País, lembrando quando profissionais da saúde mental fizeram seu primeiro manifesto público a favor da extinção dos hospitais psiquiátricos, em 1987, ano em que foi editada a Carta de Bauru. O documento, assinado por 350 trabalhadores da área da saúde, trazia reivindicações visando mudar a política manicomial e garantir direitos básicos aos pacientes.

Interessadas/os em participar devem confirmar presença pelo e-mail: eventos@crp16.org.br. Confirme a sua e participe!

Além disso, a Comissão de Saúde do CRP-16 vai participar da mesa redonda: Resistências e Lutas em Defesa do SUS e das Políticas Públicas, que será na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), na sexta-feira, 18, a partir das 15 horas. O debate é organizado pelo Núcleo Capixaba da Luta Antimanicomial com apoio da Secretaria de Cultura da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Antes da mesa, será realizado um ato cultural, em frente à Ales, a partir do meio-dia.

Outra atividade organizada pelo Núcleo será às 9 horas, na quarta-feira, 16, no Cine Metrópolis, no campus de Goiabeiras da Ufes. Lá será exibido o documentário de Jorge Oliveira: Olhar de Nise. Após a exibição haverá debate com o público presente.

 

Homenagem à Dona Ivone Lara
Além da convocação para as atividades, a Comissão de Saúde do CRP-16 presta homenagem à Dona Ivone Lara. Sambista carioca, cantora, compositora e precursora da utilização da música com pacientes psiquiátricos, ao lado de Nise da Silveira, no Centro Psiquiátrico Nacional, no Rio de Janeiro. Ela faleceu no mês de abril.

Em razão de sua atuação em favor da luta antimanicomial, o Conselho a homenageia. E traz à tona a curiosa conotação de suas letras em relação à luta antimanicomial, fazendo um acréscimo, inclusive para reforçar o sentido figurado.

É o caso destes versos de “Acreditar”:  “Recomeçar, jamais. A vida foi em frente. E você simplesmente não viu que ficou pra trás”. Manicômio nunca mais!

Leia abaixo o artigo da Comissão de Saúde do CRP-16 em alusão ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial.

O Dia 18 de Maio foi estabelecido como o “Dia Nacional da Luta Antimanicomial”, em função de ter sido o dia em que profissionais da saúde mental fizeram seu primeiro manifesto público a favor da extinção dos hospitais psiquiátricos, em 1987, assim também, como o “Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, devido ao que aconteceu com a menina Araceli Cabrera, capixaba, em 1973, que foi sequestrada, violentada e assassinada, e seus julgadores ficaram impunes. Uma data com duas lembranças de violência.

No que diz respeito à Luta Antimanicomial, a Comissão de Saúde do CRP-16 faz uma homenagem a uma personagem que esteve envolvida com os trabalhos na área e que esteve junto da equipe de Nise da Silveira no Instituto de Psiquiatria do Engenho de Dentro, a enfermeira e assistente social dona Ivone Lara (Yvonne Lara da Costa), também conhecida como “A Grande Dama do Samba” por seu trabalho artístico no samba de raiz, falecida em abril deste ano. A homenagem da Comissão vem em um momento que estamos vivendo de regressão e desmantelamento das Políticas de Saúde e de Saúde Mental do país – assim como várias outras Políticas Públicas.
Dona Ivone percorria as enfermarias do Instituto Psiquiátrico querendo conhecer histórias, referências e laços familiares dos pacientes, o que nos faz pensar no contato profícuo dela com o trabalho de Nise da Silveira, psiquiatra de nosso país que construiu uma prática mais humanizada com os pacientes internados, tendo por base seu contato teórico e clínico com Carl Gustav Jung.

Talvez você não conhecesse Dona Ivone antes de seu falecimento, ou conhecesse somente seu lado artístico e não sua inserção na saúde mental. Em um momento como o que estamos vivendo no país, nossa homenagem a Dova Ivone – mulher, negra, enfermeira, assistente social, compositora, cantora e envolvida com a saúde mental – tem como intuito resgatar a dignidade de quem cai nas invisibilidades subjetivas e sociais, como o que acontece com os pacientes psiquiátricos, como o que acontece com o caso de Araceli, e o de tantas outras pessoas, e convocar a Psicologia a sustentar o movimento de luta constante contra toda forma de violência.

Terminamos com o Samba “Minha Verdade”, de Dona Ivone:
“Eu tenho a minha verdade \ Fruto de tanta maldade que já conheci \ Me deixa caminhar a minha vida \ Livremente \ O que desejo é pouco \ Pois não duro eternamente \ Nada poderá me afastar do que eu sou \ Amor, é o meu ambiente \ Nada poderá me afastar do que eu sou \ Me deixa, por favor”.

Comissão de Saúde do CRP-16

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