Resolução CFP 18/2002 completa dez anos
Veja conquistas e desafios da normativa que estabelece normas de atuação para as/os psicólogas/os em relação ao preconceito e à discriminação racial
Essa é a opinião da presidente do Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco (CRP-02) e militante do movimento negro, Maria Conceição Costa.
“O Sistema Conselhos de Psicologia teve avanços na questão racial na última década. As últimas gestões – tanto do Federal quanto dos Regionais – têm tornado isso como tema importante. Mas queremos mais, pois para nós é uma resolução que não foi divulgada tanto quanto gostaríamos”, revelou a psicóloga.
Embora cobre mais publicidade da Resolução 18/2002, a presidente do Conselho pernambucano aponta conquistas para a profissão.
“A resolução coloca os psicólogos de frente a não estimularem situações de racismo, e nem a ver essas situações e não fazer nada”, salientou.
Maria ponderou ainda que a normativa contribui para a pluralidade e para o caráter laico tanto da profissão quanto do país.
“A resolução veio para ajudar nisso. Ela é avançada no debate da laicidade da Psicologia e do Estado brasileiro, pois a sociedade brasileira é plural e a Psicologia está entendendo isso. E nós estamos contribuindo para uma Psicologia mais plural também”, argumentou.
RH
Segundo ela, psicólogas e psicólogos que atuam no setor de recursos humanos (RH) são um grupo que devem sempre ficar atentos à Resolução 18/2002.
“Critério de boa aparência em seleções de RH também é racismo, e a resolução ajuda a conscientizar sobre isso”, disse a presidente.
PSINEP
A presidente do CRP-02 citou ainda o primeiro encontro de psicólogas e psicólogos pesquisadores e pesquisadoras negras (PSINEP) em São Paulo, 2010, que teve apoio do CFP e do Regional paulista como mais um avanço relacionado à Resolução 18/200.
“No próximo encontro do PSINEP, a resolução será pauta”, adiantou.