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Luta contra LGBTIfobia deve se fazer presente em todas as áreas de atuação

Postado no dia 17 de junho de 2022, às 11:49

Em uma reunião bastante representativa e participativa, uma importante orientação profissional foi levantada: a de que é preciso lutar contra a LGBTIfobia seja qual for a sua área de atuação na Psicologia. A questão foi pontuada no evento “Orientações sobre gênero e diversidade sexual com foco em estratégias de enfrentamento da LGBTIfobia”, realizado pelo CRP-16, no dia 31 de maio, na sede do Conselho, em Vitória.

Se você trabalha com gestão de pessoas, na clínica, nas políticas públicas ou em quaisquer outros espaços, mesmo que você não lide diretamente com questões da população LGBTI+, é importante que sua atuação seja contrária a práticas LGBTIfóbicas. Além disso, as instituições, do campo educacional, da saúde, da assistência social, públicas ou privadas, devem adotar uma postura em favor do respeito à diversidade e às orientações sexuais.

A conduta contra a LGBTIfobia tem respaldo em resoluções do Conselho Federal de Psicologia (CFP): 01/1999 (Orientação Sexual), 01/2018 (Atuação em relação a pessoas trans e travestis), 08/2020 (violência de gênero), 08/2022 (contra discriminação de bissexualidades); e também na 10/2005, mais conhecida por Código de Ética da Psicóloga e do Psicólogo.

Vale lembrar que notas técnicas, como a que versa sobre o cuidado à população LGBTI+, além de eventos e outras publicações do Sistemas Conselhos, vão nessa direção. Ou seja, psicólogas/os que transgridem essas normativas podem ter de responder a processos éticos junto a seus Regionais. De forma mais ampla, ao se observar uma atuação profissional balizada nos Direitos Humanos, a luta contra a LGBTIfobia extrapola os muros da Psicologia.

O caderno “Gênero e Diversidade Sexual na Escola: reconhecer diferenças e superar preconceitos”, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, do Governo Federal, editado em 2007, comprova a importância do debate ser interdisciplinar, tendo como exemplo o campo da educação. Mas é preciso que esses instrumentos sejam usados, uma vez que essa publicação a publicação da Secad não tem sido muito utilizada, atualmente.

A reunião do CRP-16 foi organizada pela Comissão de Gênero e Diversidade Sexual (CGENDS) do Conselho, em alusão ao Dia Internacional de Combate à LGBTIfobia (17 de maio). O debate foi conduzido pela psicóloga presidente da CGENDS, Marina Francisqueto Bernabé (CRP-16/2791), pelo membro da Comissão, psicólogo Danthi Barbosa Lima (CRP-16/4887) e pela psicóloga da Coordenação Técnica (Comissões de Ética e de Orientação e Fiscalização), Manuelle Toscano Ribeiro Bastianello (CRP-16/2800).

O encontro contou com a participação de psicólogas/os e estudantes de Psicologia. A reunião teve o momento de orientações com apresentação das normativas do CFP e da apresentação de estratégias de enfrentamento da LGBTIfobia.

Durante as apresentações, as participantes trouxeram relatos de experiências que dialogam com a importância de uma atuação pautada na luta contra a LGBTIfobia. E de que atuar em espaços que tenham a discussão mais ampliada, como a Assistência Social, pode colaborar quando a/o profissional for trabalhar em outras áreas, nas quais o debate não é aprofundado.

Depoimentos
A participação da categoria e de estudantes, a adesão a essa reunião aberta cujo caráter é de orientação fala de como esses temas, de como a população também, têm demandado isso da Psicologia. A  temática tem aparecido nas distintas áreas de atuação da Psicologia, e as pessoas estão precisando de referenciais. Até porque as graduações em Psicologia ainda não trabalham de forma sistêmica, às vezes têm ação pontual, mas não como uma prerrogativa das formações.   
Marina Francisqueto Bernabé (CRP-16/2791)

As quatro resoluções que falam da temática são para qualquer espaço de atuação da/o psicóloga/o, que precisa fazer ações, colaborar e lutar contra a LGBTIfobia em qualquer lugar. Não é só para instituição que atende a essa população.
Manuelle Toscano Ribeiro Bastianello (CRP-16/2800) 

Estratégias de enfrentamento
Em relação as estratégias de enfrentamentos, o psicólogo Danthi compartilhou sua experiência nos projetos desenvolvidos na prevenção do combate a LGBTI+fobia, com objetivo de promover reflexões no território sobre a temática, no âmbito da política de Assistência Social na Prefeitura de Itarana, município do interior do Estado, nos anos de 2019 e 2021. Tais estratégias, a saber: ação de comunicação na rádio municipal; roda de conversa com os atores integrantes da rede socioassistencial, objetivando melhor compreensão da temática no intuito de aprimorar a oferta dos atendimentos prestados a esta população; também foram afixados cartazes nas diversas repartições públicas para afetar as pessoas que ali passavam e pudessem ter acesso que o amor é uma péssima coisa para se odiar; faixa arco-íris gigante com glitter em frente ao CRAS para conscientizar os usuários que acessam este equipamento sobre a existência de diversas violências sofridas pela população LGBTI+. Portanto, a realização do evento torna-se necessário e imprescindível no intuito de fazer com que toda população compreenda que as diversas formas de violência endereçadas a população LGBTI+ culmina na aniquilação de modos de existir. Vale destacar que o apoio institucional para realização do evento já é por si só uma grande conquista. A importância da visibilidade que toda essa agenda proporcionou nas pessoas ao serem convidadas a refletir sobre as formas de amar e existir, sobre dar voz a este dia marcado por diversas lutas.

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