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Evento Dia da(o) Psicóloga(o): “Respiramos, estamos fazendo política”

Postado no dia 1 de setembro de 2014, às 13:13

Afirmação é da professora da Ufes Maristela Dalbello, durante a mesa redonda “Interfaces na Psicologia: Diálogos entre Clínica, Clínica Ampliada e Políticas Públicas”

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Profissionais e estudantes acompanham a mesa redonda

O CRP-16 realizou no sábado, 30 de agosto, no auditório da Faculdade Multivix, em Vitória, o evento em homenagem ao Dia da Psicóloga e do Psicólogo, comemorado em 27 de agosto. O encontro reuniu profissionais e estudantes de Psicologia.

Após a abertura do evento, foi composta a mesa redonda “Interfaces na Psicologia: Diálogos entre Clínica, Clínica Ampliada e Políticas Públicas”, com as psicólogas Adriana Muller (Clínica), Aldinea Coutinho (Clínica Ampliada) e Maristela Dalbello de Araújo (Políticas Públicas).

Veja também: o vídeo em homenagem à data; e imagens dos minicursos.  

Se em um primeiro momento, a Clínica, Clínica Ampliada e as Políticas Públicas parecem áreas distintas, a psicóloga e professora da Ufes, Maristela foi enfática ao cravar a aproximação existente entre as três: “Essa separação é nefasta. Respiramos, estamos fazendo política”.

Clínica

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Adriana Muller: “desconstrução”

A psicóloga Adriana Muller abordou sobre a Clínica, adiantando que: “o consultório é um espaço dialógico onde pessoas vão conversar para construir um novo significado. Existe uma ideia de que consultório é confessionário. A gente acessa traumas de forma violenta. E quando fazemos isso a gente está retraumatizando as pessoas. E isso é totalmente contrário ao que estamos buscando. Precisamos desconstruir isso, consultório não é confessionário”.

Ela apontou ainda para ‘desconstrução’ que as/os profissionais devem fazer em sua prática: “precisamos desconstruir a ideia de que (psicólogas(os)) são sanadores benevolentes. Que vamos ouvir tudo, escutar a pessoa, colocar ela no colo. Que vamos curar as feridas da alma. Por favor, tirem isso da vida da gente. Esse ideal é impossível. E cruel com a gente mesmo”.

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Aldneia: “enxergar as pessoas nas diversas direções”

Clínica Ampliada
A Clínica Ampliada foi o tema da segunda palestra da mesa redonda. A psicóloga Aldinea Coutinho, que atua no Caps-AD de Vila Velha, falou sobre os desafios da Clínica Ampliada para a produção da saúde, abordando os diversos aspectos ligados à área.

“O trabalho da Clínica Ampliada é enxergar as pessoas nas diversas direções”, disse.

Ela também abordou sobre a importância de se compreender as diferenças entre os sujeitos.

“Para que se realize uma Clínica adequada é preciso saber o que o sujeito apresenta de igual e de diferente. Ninguém tem uma digital igual a sua, ela é única. Mas todos nós somos diferentes. Até mesmo os gêmeos univitelinos. Precisamos desigualar para lidar com ser humano de fato. Não existe uma forma para todos”, argumentou.

post 2_2Ela ainda destacou a necessidade da união do discurso da equipe multiprofissional.

“A equipe tem que ter o mesmo discurso. Se digo não, o médico, o assistente social, o terapeuta ocupacional precisam dizer não. Precisamos mostrar que a vida precisa de alegria, pois o discurso de sofrimento não ajuda”, pontuou.

Políticas Públicas
A professora de Psicologia da Ufes, Maristela Dalbello de Araújo, falou na mesa redonda do evento sobre as Políticas Públicas e enfatizou o forte diálogo existente entre as áreas.

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Maristela: “respirou é política”

“As colegas que me antecederam falaram de clínicas e me chamam para falar de Políticas Públicas. São coisas diferentes? São tão distintas assim? O consultório particular não cumpre uma determinada política? A gente faz Clínica no estágio supervisionado na área do SUS. Muitos certamente não concordam que o que fazemos é Clínica. E muitos não concordam que o trabalho da Adriana (que falou sobre Clínica), tem seu lado político. Essas coisas conversam. Fazendo política a gente está exercendo a escuta que a clínica faz na política. O cerne da política é o diálogo entre pessoas diferentes e com o mesmo patamar de se expressar. O exercício na Clínica é político”, argumentou.

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Ela reforçou ainda que essa aproximação está ligada ao crescimento da profissão.

“Essa separação (da Clínica e da Política) é nefasta. Nós chegamos aonde chegamos, somos uma categoria reconhecida nacionalmente com assentos no Conselho Nacional de Saúde, de Educação, de Assistência Social fazendo Clínica bem feita. E fazendo política. Nunca mais repitam que vocês fazem Clínica e que isso não é Política. E que a Gliciane (Chagas, presidente do Sindpsi-ES) faz Política e não faz Clínica. Nós vivemos. E ao respirar, estamos fazendo Política”, avaliou.

Na sequência das apresentações, os participantes fizeram perguntas e ponderações às falas das profissionais. Após o debate, foi exibido o vídeo em homenagem ao Dia da Psicóloga e do Psicólogo: “Por que eu escolhi ser psicóloga(o)”?, produzido pelo CRP-16 com depoimentos de profissionais do Estado. Confira aqui o vídeo.

À tarde, a programação do evento foi reservada aos nove minicursos sobre as diferentes abordagens da profissão: : Abordagem Centrada na Pessoa, Clínica da Diferença, Clínica Junguiana, Gestalt-Terapia, Psicanálise, Psicologia Corporal, Terapia Comportamental, Terapia Familiar e Psicologia Positiva.

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