Dia da/o Psicóloga/o: presidente do CRP-16 destaca profissional da Psicologia como agente de transformação social
Ela ainda explica a escolha do tema: “Psicologia a Serviço da Sociedade” para o evento em comemoração à data
“A construção deste evento teve como compromisso apresentar os desafios das diferentes interfaces da atuação profissional. Desafios, esses, que estão na clínica, na educação, na saúde. Somos, constantemente, convocados, como psicólogas e psicólogos, a enfrentar os conflitos diários, os paradoxos do meio, as pequenas e grandes adversidades. No entanto, nos preocupamos, também, em empoderar e legitimar a nossa profissão, como um agente de transformação social”.
A afirmação é da presidente do CRP-16, Hildiceia dos Santos Affonso, durante a abertura do evento “Psicologia a Serviço da Sociedade”, que o Conselho realizou em comemoração ao Dia da Psicóloga e do Psicólogo (27 de agosto). O encontro aconteceu no auditório Manoel Vereza, no campus de Goiabeiras da Ufes, em Vitória, no sábado, 29 de agosto.
Em seu discurso, a presidente do CRP-16 também explicou a escolha da temática: “Psicologia a Serviço da Sociedade”.
“Temos o dever de propagá-la (a temática). E mais que isso: é, na verdade, uma forma política de encarar a sociedade por meio da nossa Psicologia enquanto ciência e profissão, como uma forma para compor a vida, contribuindo na busca e na promoção do bem-estar social”, pontuou.
Ela ainda criticou o desrespeito de parte da bancada do Congresso Nacional em relação à Resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) nº 001/1999, que membros da bancada federal, pejorativamente, chamavam de ‘cura gay’, por estabelecer normas de atuação profissional em relação à orientação sexual.
“Como que deputados federais tentam derrubar, desrespeitar uma resolução legítima de um Conselho Federal, que apenas orienta a prática de sua categoria profissional” questionou.
Hildiceia lembrou que o CRP-16 registra mais de 3,9 mil profissionais ativas/os junto ao Conselho, citou os 53 anos da regulamentação profissional da Psicologia no Brasil e os 11 anos de atuação do CRP-16 no Estado.
Antes da fala da presidente, o encontro foi aberto pela conselheira do CRP-16 Barbara Lara, que falou em nome da Comissão Organizadora do evento.
“(O evento) foi pensado com empenho e carinho para contribuir com nossa profissão”, frisou.
Respeito e esperança
A subchefe do Departamento de Psicologia Social da Ufes, professora Valeschka Martins Guerra, que articulou a cessão do auditório ao Conselho, também estava na mesa de abertura. Ela falou sobre a importância do profissional da Psicologia “escutar o conhecimento do outro”.
“Não importa o contexto que isso aconteça. É extremamente importante falar sobre aquilo que nos une. A nossa escolha por essa profissão que é de cuidado, e é também por aquilo que nos une como seres humanos, que é a possibilidade de compaixão necessária de se colocar no lugar do outro e tratar o outro como gostaríamos de ser tratado e a possibilidade de esperança, em acreditar que o outro pode mudar. Sem isso nossa profissão perde o sentido” destacou.
Valeschka também abordou acerca do respeito que deve haver dentro da atuação das/os profissionais da Psicologia seja qual for a área de trabalho.
“O ponto específico que resolvi falar é sobre a tradição que nós temos dentro da Psicologia no que diz respeito a uma demonstração de descaso com nosso colega estudante ou profissional que escolhe área diferente da Psicologia com a qual você não trabalha”, assinalou.
Após a mesa de abertura foram iniciadas as conferências sobre: Medicalização da Vida; Neuropsicologia e Psicologia e Psicologia e Laicidade.
Depois dos três debates, foram realizadas as rodas de conversa sobre Assistência Social, Saúde e Direitos Humanos.