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Militância antimanicomial defende a RAPS e o financiamento público para o SUS em reunião sobre comunidades terapêuticas

Postado no dia 17 de dezembro de 2015, às 16:21

Representante do Conselho afirma: “a ajuda que eles (os usuários da Rede) precisam não é internação”, em evento na Ales

Psicóloga ainda critica o novo coordenador de Saúde Mental do MS

Psicóloga ainda faz críticas à indicação de nomeação do novo coordenador de Saúde Mental do Ministério da Saúde

A militância em favor da luta antimanicomial fez ecoar a defesa intransigente da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) e do financiamento público para o Sistema Único de Saúde, durante na 15ª reunião ordinária que debateu a situação das comunidades terapêuticas no Estado, na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), no dia 14 de dezembro, em Vitória.

A representante do CRP-16 na reunião, psicóloga Camila Mariani, que integra o Núcleo Estadual da Luta Antimanicomial, fez um discurso desconstruindo a retórica de que a internação deva ser vista como uma solução para usuários de álcool e outras drogas, alegando, dentre outras coisas, que todo mundo tem um vício (ainda que seja em chocolate ou celular, por exemplo).

Pontuou decisões incoerentes da Justiça, como alguns casos em que o magistrado determina internação em residência terapêutica (que é local de moradia!). E destacou que há graves carências como na área da Educação, que têm implicação direta na saúde mental. E que para quem precisa da Raps o melhor é viver em sociedade, com o usuário recebendo cuidados junto de sua família.

“A ajuda que eles (os usuários da Rede) precisam não é internação. Eles precisam de ajuda muito anterior, como educação de qualidade. A educação pública está caindo muito, a privada também”, afirmou.

Camila ressaltou que deve haver uma distinção no tratamento dado ao usuário de drogas e ao traficante. “A questão da segurança pública é muito diferente da atenção a quem usa uma substância. O uso de drogas não é ilegal neste País. O tráfico é. O usuário precisa ser cuidado, precisa de atenção a ele e a suas famílias”, disse.

Ela ponderou que a “Raps é independente e está dentro do SUS”, oferecendo encaminhamento pela equipe que acompanha o usuário e a família. “E município que não tem Caps (Centro de Atenção Psicossocial) tem unidade de saúde, que deve atender esse usuário. Pois ele pode ter câncer, diabetes”, acrescentou Camila.

A psicóloga cobrou que as autoridades presentes abracem a Raps. “Esse monte de gente aqui é para abraçar a Raps. Nós trabalhadores e usuários da saúde mental esperamos da Senad (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – SENAD), esperamos que os deputados, esperamos que a Coordenação Estadual Sobre Drogas abracem a Raps”, frisou, sendo muito aplaudida por quem acompanhava a reunião.

E ainda reforçou a crítica contra o a indicação do nome para o cargo de coordenador de Saúde Mental do Ministério da Saúde.

“(O novo coordenador de Saúde Mental do Ministério da Saúde indicado pelo ministro da Saúde) defende a internação e não está disposto a falar sobre vida. E nós trabalhadores da saúde mental, e penso que estas pessoas que aqui estão, estamos aqui para abraçar a Raps, e ela precisa de investimento”, cobrou.

A conselheira do Conselho Regional de Serviço Social da 17ª Região/ES (CRESS-17) Pollyana Pazolini cobrou que o estado garanta o financiamento público para o Sistema Único de Saúde (SUS).

“Há um sucateamento do Caps. Não adianta a gente falar o que é importante se não tem dinheiro para fazer”, cravou.

A professora de Serviço Social da Ufes, Fabíola Leal falou sobre uma pesquisa feita em várias comunidades terapêuticas do estado, que revelou uma série de violações aos direitos humanos, além do descaso de gestões municipais em relação à RAPS.

Antes das intervenções, o coordenador Estadual sobre Drogas, Gilson Giubert Filho, apresentou as ações do Governo do Estado na assistência a usuários de álcool e outras drogas e a mudança na relação com as comunidades terapêuticas. O evento foi convocado pela Comissão de Assistência Social, Segurança Alimentar e Nutricional da Ales.

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