CRP-16 se articula em favor da comunidade surda
Conselho convoca a categoria para entrar também nesta luta!

Em 26 de setembro se comemora o Dia Nacional do Surdo. No dia 30 do mesmo mês é celebrado o Dia Internacional do Surdo
O CRP-16 vem se articulado em favor de uma importante luta voltada para a comunidade surda, que apresenta demanda para acolhimento psicológico. Porém, sem haver profissionais da Psicologia devidamente habilitados para prestar esse atendimento em nosso Estado.
A articulação teve seu primeiro ato no mês de setembro, em que são celebrados: o Dia Nacional do Surdo (26) e o Dia Internacional do Surdo (30). Foi no dia 24 de setembro, quando a Comissão de Saúde do Conselho realizou a primeira reunião do grupo de trabalho (GT) da Inclusão, na sede do CRP-16, em Vitória. Naquele momento, o GT discutiu sobre a responsabilidade profissional no atendimento às pessoas com surdez.
O próximo passo será na próxima reunião do GT, prevista para o dia 22 de outubro, às 18 horas, também na sede do Conselho. Nesta oportunidade a discussão do grupo da Inclusão vai abordar a “implicação da não consideração da pessoa com surdez na elaboração de instrumentos psicológicos”.
A conselheira-presidente da Comissão de Saúde do CRP-16, Barbara Malvestio, convoca a categoria para entrar nessa luta. E revela ainda que o GT vai buscar levar a discussão para o Congresso Nacional da Psicologia (CNP).
“Convocamos as psicólogos e os psicólogos a participarem da reunião, pois em 2016 teremos o CNP, e é importante iniciarmos essa discussão antes para tentarmos levar propostas nesse sentido para o Congresso”, frisa a conselheira.
Segundo ela, o Conselho deve buscar articulação junto ao poder público do Espírito Santo em favor da formação profissional para o atendimento ao surdo.
Desafios e questão ética
A psicóloga e militante em prol da comunidade surda, Edireusa Fernandes Silva participou da primeira reunião do GT. Ela também convoca as/os profissionais a debaterem o tema, destacando os desafios que existem em torno do atendimento psicológico às pessoas com surdez.
“A/o psicóloga/o não tem o domínio da cultura, da Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) e como vai fazer para atender a pessoa com surdez? Vamos buscar formação? Quais mobilizações que nós podemos fazer no sentido de oferecer atendimento igualitário a essas pessoas que estão procurando e não encontram? E as dificuldades que as pessoas surdas têm quando buscam atendimento psicológico?”, questiona.
Edireusa ressalta que há casos de atendimentos psicológicos a pessoas com surdez feitos com mediadores (intérpretes), que conhecem a Libras. Porém, ela lembra que isso vai de encontro ao Código de Ética.
“Nós temos no artigo 9 do Código de Ética, a nossa responsabilidade em relação à privacidade da pessoa atendida. E como garantir essa privacidade havendo um mediador? Por isso, precisamos trabalhar no sentido de ter condições, de se adaptar à Lei de Acessibilidade a fim de oferecer um atendimento de forma igualitária à comunidade surda”, expõe a psicóloga.
Ela trabalha em um projeto pessoal que tem como objetivo fornecer mais subsídios em torno dessa questão no Estado.
Datas
Nesta quarta-feira, 30 de setembro, se celebra o Dia Internacional do Surdo. O Dia Nacional do Surdo foi celebrado no sábado, 26 do mesmo mês, quando o CRP-16 realizou assembleia geral de prestação de contas.
Durante a assembleia, Barbara e Edireusa fizeram uma intervenção, lembrando as duas datas e falando à categoria presente sobre a importância de se discutir o tema.