Abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes: “não podemos nos omitir”!
Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração marca assassinato de Araceli, representando a violação de direitos que acontece no Estado
Em datas como o 18 de maio – Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, o CRP-16 reforça a necessidade da/o profissional da Psicologia (e das demais profissões que atuam nessa questão) de não se omitirem diante dos casos de violação de direitos.
Além disso, é sempre importante lembrar a representatividade desta data nacional, que marca um triste fato ocorrido no Espírito Santo, nos anos 1970.
“Não podemos deixar de destacar a representatividade do Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, representando a extrema violação de direitos de uma menina de oito anos, Araceli Cabrera Sanchez Crespo, em 18 de maio de 1973”, ressalta a conselheira do CRP-16 e representante do Regional no Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Criad-ES), Juliana Figueiredo.
Para ela, a atuação profissional jamais pode ser omissa diante de casos de abuso ou de exploração sexual de crianças e adolescentes.
“É sempre imperioso reforçar que as pessoas não podem se omitir. Principalmente nós profissionais, não podemos jamais nos omitir. Viu algo errado, é preciso avaliar, fazer a denúncia, não deixar a situação omissa. Cada um na sua instância, pois assim vamos continuar a fortalecer os órgãos responsáveis”, assinala a psicóloga.
Ainda segundo Juliana, as/os psicólogas/os, bem como as/os demais profissinais que atuam na área, devem sempre fortalecer o Estatuto da Criança e do Adolescente (Ecriad).
“Precisamos continuar fortalecendo o Ecriad para que a garantia de direitos realmente aconteça. Que façamos atividades educativas nos espaços socioassistencias com as famílias para compreender o universo do adolescentes, e evitar que abusos e explorações continuem acontecendo”, expõe.
Diferença entre abuso e exploração
Representante do Conselho Regional de Serviço Social da 17ª Região/ES (CRESS-17) no Criad-ES, a assistente social Elisangela Marchesi, fala sobre a distinção entre o abuso e a violência sexual contra crianças e adolescentes.
“A diferença entre a exploração sexual e o abuso está relacionada a questão da violência, pois a exploração está ligada a questão do comércio, vídeos, fotos, crimes de pedofilia, de quem explora a imagem sexual da criança e do adolescente. Já o abuso é quando tem o ato sexual em si, onde se abusa sexualmente da criança e do adolescente”, explica.
Ela pontua ainda que qualquer crime contra criança e adolescente deve ser encaminhado à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Mas ressalta as dificuldades do serviço.
“A DPCA tem a equipe multidisciplinar, que conta com profissionais da Psicologia, do Serviço Social, mas a estrutura física não oferece as condições adequadas para isso”, acrescenta.
Segundo ela, essa situação não é exclusiva da DPCA, pois se repete em outros locais que atendem demandas de crianças e adolescentes, uma vez que estes também não oferecem as condições éticas e técnicas para as/os profissionais prestarem seus serviços.
Araceli
O 18 de maio foi escolhido como Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes em função de um grave assassinato ocorrido no Espírito Santo, em 1973.
“A data escolhida é a da morte de Araceli (Cabrera Sanchez Crespo), menina de oito anos, violentada e morta de forma hedionda em meio a uma orgia sexual regada a drogas, no estado do Espírito Santo”, informa a página da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) do Governo Federal.
Clique na imagem acima e assista ao documentário: “Caso Araceli: A Cobertura da Imprensa”, dos bacharéis em Comunicação Social, Diego Herzog e Tati Beling. O link é da parte I do vídeo no Youtube. As partes II e III vêm na sequência.