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Relações raciais: referências técnicas para atuação de psicólogas/os serão lançadas na próxima segunda-feira (2)

Postado no dia 27 de setembro de 2017, às 00:02

As vagas são limitadas e as inscrições são gratuitas. Documento oferecerá à categoria material que contribuirá na atuação profissional no que diz respeito à diversidade racial e ao sofrimento psíquico advindo do racismo

Cartaz - Relação Raciais - Referência Técnica

O Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas – Unidade Espírito Santo (Crepop/CRP-16) realiza na próxima segunda-feira, 2 de outubro, às 14 horas, o Colóquio “Escurecendo Olhares na Psicologia”. O evento acontecerá no Museu Capixaba do Negro (Mucane), localizado na avenida República, 121, próximo ao Parque Moscoso, no Centro de Vitória.

As vagas são limitadas e é preciso se inscrever gratuitamente clicando aqui. Durante o encontro será lançado o documento “Relações raciais: referências técnicas para atuação de psicólogas(os)”, produzido pelo Crepop/CFP. Haverá, ainda, palestras com a psicóloga e psicanalista Sônia Rodrigues Penha; com a criadora do grupo de Estudos Intelectuais Negras, Mayara Santiago; e com José Anezio Fernandes do Vale, graduado em Psicologia e militante de Direitos Humanos.

Clique aqui e acesse o documento completo.

Referências*
O documento “Relações raciais: referências técnicas para a prática da(o) psicóloga(o)” será lançado nacionalmente na próxima sexta-feira, 29 de setembro, durante o 13º Congresso Nacional de Psicologia Escolar e Educacional: pela democratização da educação (Conpe), em Salvador, na Bahia.

A elaboração das referências foi solicitada pela categoria, durante o 9º Congresso Nacional da Psicologia (CNP 2016), no qual diversas propostas indicaram a necessidade de promover o combate ao racismo. O objetivo é oferecer à categoria material que contribua na atuação profissional no que diz respeito à diversidade racial e ao sofrimento psíquico advindo do racismo em um país que deixou sua população negra à margem da sociedade e que precisa descontruir o mito que construiu em torno da falsa ideia de “democracia racial”.

A publicação faz um mapeamento sobre o racismo no Brasil e também dos esforços empreendidos para sua superação. Ajuda, ainda, na compreensão do cenário, dos mecanismos acionados para reduzir e eliminar direitos humanos e do desmonte de políticas públicas. Pensar a prática da Psicologia pautada pela raça possibilita dar mais qualidade e equidade ao atendimento.

A sua participação é muito importante! Inscreva-se e compareça!

 

COLÓQUIO ‘ESCURECENDO OS OLHARES NA PSICOLOGIA’

O Colóquio “Escurecendo Olhares na Psicologia” é fruto de uma iniciativa do Conselho Regional de Psicologia da 16ª região – ES em disparar, no âmbito do sistema Conselhos de Psicologia, reflexões e debates em torno da pauta ‘raça e etnia’. O V Pleno do CRP 16, através da Comissão de Políticas Públicas e Sociais (CPOPS) e do Centro de Referência (CREPOP), iniciou recentemente uma agenda de encontros que busca reunir a categoria em torno dos desafios que a temática nos impõe. Tem sido feito um movimento de aproximação de pessoas [psicólogas(os) e não-psicólogas(os)] e grupos de referência nos debates sobre negritude para planejar e articular ações que aproximem as(os) profissionais de Psicologia dos acúmulos e avanços que têm ocorrido no nível de saberes e práticas que proponham a desconstrução da lógica colonialista, racista, que desde os primórdios da história de nosso país produz tanto sofrimento e isolamento para o povo negro.

Com o compromisso ético-político de pautar a luta pela garantia dos direitos humanos em toda e qualquer área de atuação da Psicologia, essa é mais uma estratégia que visa a deslocar as(os) profissionais da área de seus lugares reflexivos habituais e propor movimento, ação na direção do enfrentamento ao racismo e à perpetuação de práticas opressivas contra o povo negro na atualidade. A ideia é oportunizar espaços em que possam ocorrer trocas significativas em termos de nos repensarmos enquanto produtoras(es) da manutenção de relações de opressão no cotidiano de nossas atuações profissionais, e de nos reposicionarmos todas(os), psicólogas(os) negras(os) e não negras(os), no processo de desnaturalização dessas relações.

O encontro do dia 02 de outubro de 2017, segunda-feira, a partir das 14 horas, no MUCANE, será mais uma bela oportunidade para visibilizar o debate. Na ocasião realizaremos uma mesa de debates com a participação de três nomes (Sr. José Anezio Fernandes do Vale – graduado em Psicologia e militante dos direitos humanos, Sra. Mayara Santiago – estudante de Psicologia e criadora do Geni – Grupo de Estudos Intelectuais Negras e Sra. Sônia Rodrigues Penha – Psicóloga e Psicanalista) da área da Psicologia de grande importância para a discussão sobre negritude e enfrentamento às opressões, que compartilharão com as(os) presentes suas experiências e seu conhecimento, brindando a todas(os) com inspiração para avançar na luta.

Aproveitaremos a oportunidade para realizar o lançamento do documento ‘Relações Raciais: referências técnicas para atuação de Psicólogas(os)’, produzido pelo CREPOP/CFP, que tem a proposta de qualificar a atuação profissional para contribuir na superação do preconceito, da discriminação e do sofrimento psíquico advindo do racismo.

A discussão sobre raça e etnia se relaciona diretamente com as políticas públicas por diversos motivos. O primeiro e mais importante é que a maior parte das(os) usuárias(os) das políticas sociais são pessoas negras que convivem em sociedade cotidianamente oprimidas por diversos atravessamentos de recortes de gênero, raça e classe e que os empurra cada mais para a margem, para fora das condições mínimas de construção de uma vida digna. E se pensarmos no fato de que a Psicologia ainda é uma área de conhecimento e atuação profissional extremamente elitizada, na qual são poucas as condições de acesso e permanência de pessoas negras, tanto no que diz respeito à formação acadêmica, quanto ao ingresso no mercado de trabalho formal, os indícios de que é oportuno nos reunirmos em torno dessas contradições ficam ainda mais óbvios.

É por tudo isso que precisamos escurecer nossos olhares na Psicologia. Enfrentar a violência implícita nos processos de embranquecimento do povo negro, a colonização e a permissão da violação e do extermínio dos corpos e mentes negras(os). Precisamos questionar em nós o desejo pela manutenção de lugares de privilégio, que produziram e continuam produzindo desigualdade e sofrimento, em nossa longa história de políticas racistas e higienistas no Brasil. Podemos todas(os) eleger esse como o momento da virada, da mudança de perspectiva, e da aposta na coletividade como condição de saúde e de promoção de uma vida política, bela.

Essa é a expectativa que temos com esse evento: colocar para pensar sobre a questão de maneira cuidadosa, séria e responsável, entendendo que as transformações que queremos se dão entre desafios e avanços e entre nós, unindo mentes, vozes e braços na luta contra as diversas opressões.

Sabrina Ribeiro Cordeiro – conselheira CREPOP
Juliana Brunoro de Freitas – conselheira CREPOP
Mariana Moulin Brunow Freitas – assessora técnica CREPOP


*Com informações do CRP-16 e CFP – redação e edição da Ascom CRP-16.

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