Manifestação contra Ato Médico mobiliza profissionais em Vitória e Vila Velha
Terça-feira, 9 de março, foi o Dia Nacional de Luta contra o Ato Médico
O Conselho Regional de Psicologia da 16ª Região (CRP-16), juntamente a outros conselhos de profissão, realizou dois protestos contra o Projeto de Lei (PL) do Ato Médico, nessa terça-feira (9), em Vitória e Vila Velha. Profissionais e estudantes fizeram barulho para alertar a sociedade capixaba sobre a possível aprovação, pelo Senado Federal, do PL que pretende tornar privativo da classe médica diversos procedimentos da saúde, comprometendo a autonomia de 13 profissões da área.
Na capital, o protesto se concentrou em frente à Assembleia Legislativa. Os manifestantes mudaram a rotina do local com apitos, blusas pretas (com mensagem contra o PL), faixas e cantando palavras de ordem, como “não ao Ato Médico” e “do meu direito não abro mão, quero exercer a minha profissão”. Foram entregues aos populares folhetos explicando o que é e todo histórico do PL do Ato Médico e suas consequências, caso seja aprovado.
Em Vila Velha, a manifestação ficou concentrada em frente ao shopping, localizado na subida da Terceira Ponte. O protesto foi realizado da mesma maneira que em Vitória, com intuito de alertar e informar a população sobre o PL do Ato Médico.
De acordo com a presidenta do CRP-16, conselheira Hildiceia dos Santos Affonso, as manifestações foram super positivas. “As pessoas participaram, se comprometeram, foi bem organizado. E nós atingimos o nosso objetivo de chamar atenção da população para o Ato Médico”, destacou.
A presidente da Comissão de Saúde do CRP-16, conselheira Sanny Ferreira de Jesus, também mostrou que o protesto surtiu efeito. “Alguns cidadãos questionavam sobre o porquê do manifesto. Queriam esclarecimentos e até deram sugestões, para procurarmos o político tal para conversar”, revelou Sanny.
Ofícios entregues
Antes mesmo da sugestão de um popular revelada pela conselheira Sanny, o CRP-16 tomou providências de divulgar o protesto no Legislativo capixaba. Dois ofícios foram entregues na Assembléia Legislativa, sobre o manifesto. Um para o presidente da Casa e outro para o presidente da Comissão de Saúde. O Conselho vai entregar ainda outro ofício, nesta semana, ao senador Renato Casagrande.
Vale lembrar que, há algum tempo já, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) disponibilizou este link para que sejam enviados manifestos contrários à aprovação do Ato Médico pelo Senado Federal.
Participação
Os protestos foram organizados pelo CRP-16, que contou com a parceria de outros conselhos: Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 2ª Região (Crefito-2), Conselho Regional de Fonoaudiologia da 6ª Região (CRFa-6), Conselho Regional de Serviço Social da 17ª Região (Cress-17), e o Conselho Regional de Nutricionistas da 4ª Região (CRN-4). Profissionais desses órgãos de classe e estudantes dos respectivos cursos compareceram aos atos em Vitória e Vila Velha.
Além dos psicólogos que trabalham em prefeituras, representando o serviço público, os protestos tiveram a participação de docentes. “Foi legal ver a presença de professores universitários de Psicologia, que participaram enquanto profissionais e como colaboradores no processo de conscientização do que representa o PL do Ato Médico para os alunos”, argumentou a conselheira Sanny.
Já a conselheira efetiva do CRFa-6, Vitória Maria Valentim considerou a manifestação positiva e não quer nem pensar em aprovação do PL do Ato Médico. “Tem de haver mobilização, se a gente ficar calado, eles vão fazer mais. Não dá para conceber. É inaceitável que eles tirem de nós a nossa função”, analisou.
O fisioterapeuta Flávio Mello Sant’ana lembrou que fez faculdade e tem de continuar estudando para exercer a sua profissão. “Vejo isso (o protesto) como liberdade intelectual do profissional que busca o conhecimento por anos de estudo a fio. O meu curso é autorizado pelo MEC, não é ilegal. Como que o médico vai cercear minha atuação profissional?”, questionou.
Os estudantes também não querem ver o PL do Ato Médico aprovado. Felipe Bigesca cursa o 3º período de Psicologia de uma faculdade particular. Ele reconhece que os médicos têm de regulamentar sua profissão, porém não como está proposto.
“Os profissionais devem agir em colaboração e não na delimitação. Claro, o que é da Medicina é dela, mas cada área tem que saber do seu limite”, considerou.
E a aluna Roberta Hermes, do 8º período da mesma faculdade, sente seu futuro ameaçado enquanto psicóloga, se o Senado aprovar o PL do Ato Médico. “É uma ameaça principalmente para quem trabalha na área clínica. O médico não é adequado para indicar o que o profissional da Psicologia tem que fazer”, argumentou a estudante, destacando: “cabe a gente trabalhar juntos”.
Em todo Brasil
Essa terça-feira, 9 de março, foi o Dia Nacional de Luta contra o Ato Médico. O Sistema Conselhos de Psicologia, junto de outros conselhos federais da área da saúde, realizou manifestações em várias cidades e capitais brasileiras.
No link abaixo, além de conferir imagens da manifestação em Vitória, o internauta pode acessar os vídeos relacionados, com manifestações em Sorocaba (SP), São Paulo, entre outros materiais sobe o Ato Médico.
Veja aqui o protesto contra o Ato Médico.
Veja aqui: Imprensa capixaba destaca manifestação contra o Ato Médico
Veja aqui mais fotos da manifestação.
Entenda mais sobre o Ato Médico.