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CRPs da Região Sudeste promovem importante debate sobre acesso da juventude à saúde pública e atendimento às coletividades em emergências e desastres

Postado no dia 30 de junho de 2022, às 16:36

 

O CRP-16 participou de duas importantes atividades realizadas na 15ª edição do Congresso Internacional da Rede Unida, que aconteceu na Ufes, em Vitória, entre os dias 15 e 19 de junho de 2022. Nos dois momentos, a saúde esteve no cerne das discussões. A importância do aprendizado no território foi outra questão debatida nos dois momentos.

É importante salientar a reunião dos conselhos de Psicologia da Região Sudeste na organização e na participação das atividades. Os CRPs de Minas Gerais (04), do Rio de Janeiro (05) e de São Paulo (06) colaboraram com a realização e as discussões.

Uma das atividades foi a Tenda Paulo Freire. O tema foi: “As juventudes capixabas em defesa do SUS – Saúde é a capacidade de lutar contra tudo o que nos oprime”

Após muitas discussões, nas quais representantes dos CRPs apontaram a importância de a juventude que vive nos territórios com seus respectivos impactos precisa ser protagonista, precisa ser ouvida. E o fomento de políticas públicas (em especial as ligadas à saúde) precisa fazer essa escuta para que seja devidamente efetivado em suas necessárias implementações.

Muitas propostas foram levantadas a fim de aproximar a juventude do SUS. A sistematização dessas propostas pode ser conferida neste documento: clique aqui.

O conteúdo sistematizado foi repassado ao CRP-16 pela psicóloga Allana Martha Soares Silva (CRP-16/4783). Ela ajudou na organização da tenda, que ficou disponível nos cinco dias do evento. O Conselho participou nos dias 16 e 18 de junho.

“Vale faz a gestão do desastre que ela mesmo causou”

O segundo momento, que também foi organizado pelos CRPs do Sudeste, foi a mesa “Ética e práticas da Psicologia por uma saúde coletiva popular e integral no enfrentamento da covid-19 e de outras emergências e desastres”, que aconteceu no dia 18 de junho.

A conselheira do CRP-16, Maria Carolina F. B. Roseiro (CRP-16/2644) e o psicólogo Rodrigo dos S. Scarabelli (CRP-16/1557) foram os proponentes da roda de conversa autogestionada que contou com palestra de Heider Boza, coordenador nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Heider contou sobre as contradições do processo em especial por parte da Vale, responsável (junto da Samarco) pelo rompimento das barragens de rejeitos de minério de Córrego do Feijão (em Brumadinho, em 2019) e de Fundão (em Mariana, em 2015), ambas em Minas Gerais.

“A Vale faz a gestão do desastre que ela mesmo causou”, cravou Heider, mostrando que é bem contraditório a mineradora gerir a Fundação Renova.

A Renova é a entidade responsável pela mobilização para a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão.

Heider explicou que estudos da Fundação, como os de mitigação, de atenção à saúde, demoram a ser realizados. Além disso, a Renova, segundo o coordenador do MAB, não leva em consideração as especificidades da população impactada pelo rompimento da barragem. E tampouco aos aos danos que esses impactos vão causando ao passar dos anos. Afinal, as gerações futuras das famílias atingidas vão sofrer os rebatimentos do desastre ‘ambiental’ (causado por falha humana, pela negligência de não se adotar as medidas necessárias e o investimento devido para evitar o rompimento das barragens).

CRPs destacam ações em emergências e desastres

As representantes dos CRP-MG expuseram suas experiências no atendimento às populações atingidas pelo rompimento das barragens em Minas Gerais. As do CRP-SP, do RJ e do ES falaram sobre atenção às populações atingidas por chuvas, seca, bem como pela falta de moradia, violência entre outros.

Representações
O CRP-16 foi representado pela conselheira
Maria Carolina F. B. Roseiro (CRP-16/2644), pelo psicólogo Rodrigo dos S. Scarabelli (CRP-16/1557). O conselheiro Thiago P. Machado (CRP-16/3706) e a conselheira Mirna B. Ramos (CRP-16/1968), que são do interior do Estado, também participaram, reforçando a política de interiorização da gestão do Conselho.

O CRP-04 (MG) foi representado pela conselheira Cristiane Santos de Souza Nogueira (CRP-04/19279) e pela psicóloga Renata Miranda CRP-04/20397.

O CRP-05 (RJ) pelos conselheiros Alexandre Vasilenskas (CRP-05/30741) e Thiago B. L. Melicio (CRP-05/35915) e pelas psicólogas Ariadna Patrícia Estevez Alvarez (CRP-O5/34967), Cristal Oliveira Moniz de Aragão (CRP-05/37522) e Luciana Janeiro Silva (CRP-05/37932).

As representantes do CRP-06 (SP) foram as conselheiras Annie Louise Saboya Prado (CRP-06/86192), Talita Fabiano de Carvalho (CRP-06/71781), Maria da Glória Calado (CRP 04/33194) e pela conselheira presidenta, Tatiane Rosa da Silva (CRP 06/122671).

Depoimentos dos Regionais do Sudeste

Nada por nós, sem nós

Sobre a participação de Minas: ainda que o espaço de fala tenha sido restrito, pois optamos por deixar os jovens presentes pudessem se manifestar, o encontro para articulação da roda foi muito potente e deixou muitas reverberações, sobre participação das juventudes na construção do SUS. Ficou muito marcado como não há espaços de participação e de como este aspecto se apresenta como norteador. Nada por nós, sem nós.

Conselho Regional de Psicologia de MG (04)

Psicologia comprometida com as coletividades

Fomentar a articulação e comunicação entre instituições e pessoas interessadas na construção coletiva do SUS é fundamental em um cenário de desmonte da saúde pública.

No que toca a categoria da psicologia, enquanto profissão da área da saúde, e as questões relacionadas à juventude, foi muito importante abrir na Tenda Paulo Freire esse espaço de diálogo e de afirmação do protagonismo jovem. Garantir, ampliar e qualificar o acesso desse grupo ao SUS é tarefa fundamental e terá maior incidência da psicologia quando esta estiver se agenciando de maneira socialmente implicada e articulada às outras profissões e aos movimentos sociais. A partir da escuta da juventude ali articulada foi possível sentir a provocação de que a psicologia enquanto ciência e profissão precisa estar disponível a se rever nos distintos espaços de atuação e encontrar mais caminhos de diálogo com as juventudes.

Promover saúde é promover participação e transformação social que expandam as possibilidades de vida. Nesse sentido, mostrou-se potente e profícuo o encontro dos CRPs do sudeste na realização da roda com MAB e oficina juventudes, pois enfatizou a importância de unir produção de conhecimento implicado com construção de políticas públicas em um congresso científico na defesa da democracia e dos direitos humanos. E, em um cenário político de retrocessos, de perdas de direitos, sinalizou a urgência de ter uma psicologia ainda mais comprometida com as coletividades e uma efetiva participação junto aos movimentos sociais.

Conselho Regional de Psicologia do RJ (05)

 Psicologia que pela escuta tem a potente ferramenta de cuidado

“Se acontecer afinal, de entrar em nosso quintal: a palavra tirania; Pegue o tambor e o ganzá, vamos pra rua gritar: a palavra utopia!” ( Jonathan Silva – Samba da Utopia)

Para nós, pensar na produção de ações que possibilitam práticas de aproximação territorial, nas mais variadas vivências a partir do reconhecimento das diferentes realidades, é falar sobre potência.

A Juventude carrega consigo a preparação do mundo, num sujeito constituído de reivindicações, ideias, escolhas e desejos para a real mudança social.

Reafirmando que a promoção de saúde se dá essencialmente nas construções dos saberes populares, como foi proposto pela Tenda Paulo Freire, evidencia o quão necessário é, a aproximação dessas diferentes realidades, apresentadas por quem de fato as vivenciam. 

Descortinar os padrões estabelecidos pelo modo de pensar academicista, para a exibição da realidade vivida em sua prática diária, convoca àquelas/es a apresentar como e quando realizam a aplicabilidade de seus saberes, é de valor incomensurável.

Pudemos refletir sobre os desafios da participação efetiva e vivenciada pelos jovens e pelas pessoas afetadas por desastres sociais, que reivindicam direitos, lutam para ter informação e acesso aos serviços e acima de tudo, resistem aos desmandos e desmontes de uma sociedade que ainda muito pouco cuida de seu povo e de seu futuro.

Propor as discussões a partir das pautas apresentadas pela juventude e movimentos locais, dando protagonismo às suas necessidades, no que tange o acesso aos serviços que deveriam ser disponibilizados pelas políticas públicas de forma intersetorial e transversal nos convoca a fazer valer o compromisso da Psicologia, como ciência e profissão, numa construção dialética e dialógica para tornar viável o necessário acesso a quem também versa sobre seus direitos, reafirmando suas defesas inegociáveis na garantia dos direitos aos cuidados em saúde.

Assim, pensar na Psicologia que pela escuta tem a potente ferramenta de cuidado, nos coloca no fronte do debate conjuntamente com essa geração.

Conselho Regional de Psicologia de SP (06)

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