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Paletras do Seminário destacam inserção da Psicolgia nas políticas públicas

Postado no dia 25 de outubro de 2010, às 18:12

O idealizador do Crepop, Marcus Vinícius, a presidente do CRP-RJ, Lygia Santa Maria Ayres e o professor da PUC-SP, Odair Furtado foram os palestrantes

Profissionais acompanham palestra do professor Odair

Profissionais acompanham palestra do professor Odair

O Seminário Regional de Psicologia e Políticas Públicas, realizado no auditório do Senac em Vitória, no dia 22 de outubro, contou com palestrantes de São Paulo, do Rio de Janeiro e da Bahia.

CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR AS PALESTRAS COMPLETAS

Promovido pelo Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop) do Conselho Regional de Psicologia da 16ª Região (CRP-16), o evento abordou temas como movimentos sociais, ética e Psicologia voltados para as políticas públicas.

A primeira palestra foi do psicólogo e professor da PUC-SP Odair Furtado. Ele fez uma abordagem da história, trazendo aspectos econômicos e políticos para tratar do tema: “Potencialidades e desafios dos movimentos sociais e da Psicologia nas políticas públicas”.

Após sua análise histórica, Furtado explicou que o crescimento do Brasil aumenta a demanda da população por qualidade.

“As pessoas estão entendendo que merecem ser atendidas de forma decente. E atender adequadamente não é ter recurso técnico e metodológico. Temos que construir as condições para enfrentar o que vem pela frente. Esta é a responsabilidade da Psicologia, que vai ter que mostrar sua competência”, avaliou o professor, revelando o papel dos movimentos sociais.

“Os movimentos sociais entram na cobrança. Um movimento que defenda o fim dos manicômios, por exemplo. Como fazer isso? Isso vai partir do campo profissional”, pontuou Furtado.

Inserção nas políticas públicas
O professor Odair Furtado mostrou sua posição acerca do Crepop. “O Centro de Referência foi a maior novidade que surgiu dentro do Sistema Conselhos, pois ele dá recursos aos psicólogos para atuarem nas políticas públicas”, disse.

Segundo Furtado, no Brasil, cerca de 10 mil profissionais da Psicologia atuam no Sistema Único de Assistência Social (Suas). “Em breve, teremos nas políticas públicas o maior contingente de trabalhadores psicólogos”, previu.

Para ele, esta inserção maciça nas políticas públicas vai mudar a identidade do psicólogo que terá de responder a essa demanda. “Se a gente não der resposta a isso, a gente desaparece enquanto profissão”, alertou Furtado.

Ética, Psicologia e Políticas Públicas

Presidente do CRP do Rio de Janeiro

Presidente do CRP do Rio de Janeiro

A presidente do Conselho Regional de Psicologia da 5ª Região/RJ (CRP-05), psicóloga Lygia Santa Maria Ayres, falou sobre o tema: Ética, Psicologia e Políticas Públicas.

Para ela tem que se pensar na Psicologia a concepção do sujeito e da própria Psicologia.

“Enquanto não mudar o conceito, a gente vai trabalhar com a ética universalista. Mas quando parte para outra concepção, o indivíduo com produção de subjetividade, contextualizando a formação do sujeito, tenho que desconstruir a lógica na cabeça da maioria das pessoas”

Lygia tocou ainda em outras questões, como a adoção, que para ela não pode ser encarada como política pública.

“A adoção não tem que ser considerada políticas públicas. Há todo um incentivo que as pessoas adotem para dar conta de uma coisa que o governo não está dando conta”, criticou a presidente do CRP-05.

Para ela, o fato de viver em abrigos não quer dizer que a criança foi vítima de uma destituição familiar. “Muitas vezes a criança, que vive em abrigo, tem vínculo familiar, mas é muito pobre”, ponderou Lygia.

Profissão jovem
A conferência “Psicologia e Políticas Públicas: desafios” fechou o ciclo de palestras do Seminário Regional de Psicologia e Políticas Públicas.

O professor da UFBA e um dos idealizadores do Crepop, o psicólogo Marcus Vinícius de Oliveira Silva, iniciou sua exposição lembrando que a profissão foi regulamentada há cerca de cinco décadas no Brasil.

“50 anos é um estado de extrema juventude para uma profissão como a Psicologia”, brincou Marcus Vinícius.

Ele fez uma abordagem dessa recente história da profissão no País, destacando que “os profissionais que instituíram a Psicologia, nos anos 60, estão no mercado e convivem com os recém-saídos das faculdades”.

Crepop: superação
Para Marcus Vinícius, o Crepop foi um recurso estratégico do Sistema Conselhos, um ponto fundamental.

“O Crepop é a materialização da Psicologia de superar a sua própria história marcada como uma profissão extremamente elitista. É muito difícil fazer o que estamos fazendo, se desgarrar dos privilégios elitistas”, avaliou o professor.

Ele lembrou que nos primeiros 20 anos da profissão, a imagem do psicólogo era individualista, em que a sociedade imaginava que o profissional vivia “dentro do consultório”. E que a desconstrução desse conceito fez ele mesmo se confundir.

“Quando entrei no Caps (Centro de Apoio Psicossocial), levei meu consultório para dentro do centro. Todos psicólogos faziam isso. A gente não sabia fazer outra coisa. Quando se iniciou o Crepop não se sabia o que era o fazer do psicólogo, mas e hoje, se sabe?”, ponderou Marcus Vinícius.

Se no início do Crepop, a atuação profissional não era muito clara, ele mostrou como a vê atualmente. “A Psicologia produziu outras visibilidades em outras esferas das políticas públicas”

Agente político
Para Marcus Vinícius, o psicólogo, no seu local de trabalho, tem de ser agente político e com seu foco no público atendido.

“Nós só vamos ter força diante do gestor, quando nosso combinado for forte. Não dá para gente servir a nada, além do sujeito que atendemos. Nosso compromisso é com as pessoas. O psicólogo das políticas públicas não é despolitizado”, analisou.

Psicologia feminina
Já no debate, Marcus Vinícius fez uma provocação. Ele disse que a profissão é “essencialmente feminina”, mas a categoria não faz discussão de gênero. O professor  lembrou uma fala da palestra do psicólogo Odair Furtado.

“Vocês viram o Odair dizer que mulher ganha 30% menos que os homens. Não quer discutir gênero não? Toma no bolso”, provocou Marcus Vinícius tentando incentivar a mobilização dos profissionais para esse tema.

TSP’s
A conselheira responsável pelo Crepop na gestão do II Plenário do CRP-16, Mônica Nogueira dos Santos Vilas Boas, perguntou ao psicólogo Marcus Vinícius:

– Como criar formas de permitir que nossos alunos vão para a prática? Ele respondeu com outra questão.

Ao lado da psicóloga Mônica, Marcus Vinícius critica o arcabouço teórico da profissão

Ao lado da psicóloga Mônica, Marcus Vinícius critica o arcabouço teórico da profissão

“O que as teorias de sistemas psicológicos (TSP’s) têm a dizer sobre humilhação na escola? A gente pode inverter a ordem da teoria e da prática. O psicólogo que atua na escola não tem que ler tudo sobre Freud, Skinner, mas sim usar o que eles falam sobre humilhação na esolca, que é o objeto de atuação do profissional”, respondeu Marcus Vinícius.

Ele ainda criticou o pai da psicanálise. “O mapa teórico de Freud é insignificante para lidar com os fenômenos com os quais a gente lida diariamente”, disse.

Nessa linha, Marcus Vinicius revelou onde o psicólogo encontra sua identidade.

“Ela é dada pela dimensão subjetiva, pelo fenômeno com o qual a gente lida, não pela teoria. Estar atento às dimensões. Isso é ser psicólogo”, frisou.

Novidades

O CRP 16 promoverá no dia 12 de novembro o Fórum Regional sobre a prática do exame criminológico no sistema prisional. As inscrições serão pelo site www.crp16.org.br . Em breve mais informações.

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