Roda de Conversa sobre o filme “Ela” discute as práticas psicológicas sob a ótica da tecnologia relacional
Debate foi realizado após a exibição do longa-metragem, na Ufes
“O filme (Ela, Her, em inglês) aponta para um certo futuro. E da forma como é abordado, trouxe a ideia de delicadeza, tudo isso que a gente está vivendo (tecnologia relacional: smartaphones, redes sociais, ficar ‘plugado’ o tempo todo) tem feito que as relações se tornassem meio metalizadas, frias. As palavras escritas não são da mesma cor que as palavras faladas. Ele (o protagonista) se relaciona com o software (programa de computador e sua alma gêmea). E a transformação dele é dela, num sentido de amorosidade também. Ele passa a estar nos lugares de outra forma”.
O argumento acima é da professora doutora do curso de Psicologia da Ufes Leila Machado, sobre a importância da discussão da temática do longa-metragem norte americano Ela, do diretor Spike Jonze, exibido no Cine Metrópolis, na Ufes, em Goiabeiras, Vitória, no dia 04 de novembro.
Após a exibição do filme, a professora Leila conduziu a Roda de Conversa, organizada pelo CREPOP do CRP-16 em parceria com o Laboratório de Imagens da Subjetividade (LIS) do Programa de Pós-graduação de Psicologia na Ufes.
Leila considera importante o Conselho ter convidado a categoria para a discussão até por conta do tema do filme já se fazer presente no cotidiano da Psicologia.
“A relação das práticas psicológicas com a questão da tecnologia relacional já vem se fazendo presente, atualmente. E a questão dos atendimentos virtuais é um lado. Por outro lado, a relação das pessoas com o mundo (atualmente) está completamente mediada com a interface digital. Hoje as pessoas têm um perfil no Facebook, no Whatsap, com dispositivos mais fotográficos, mais imagéticos. Elas fazem parte de algum grupo ou rede social e estão o tempo todo plugadas”, analisa a docente.
Para Leila, o diretor de Ela acertou ao trazer à tona o assunto abordado no filme. “Spike Jonze foi feliz ao trazer a discussão, sem moralismos. Ele não prega, nem condena a questão. E ele traz duas questões: a tecnologia contemporânea relacional e o amor”.
Comunicação e Psicologia
A ideia da Roda de Conversa após a exibição do filme Ela partiu do contato do publicitário Rafael De Angeli com o CREPOP do CRP-16. Ele é estudante do curso de Mestrado em Psicologia Institucional na Ufes e ministra uma disciplina optativa do curso de Publicidade, na mesma Universidade.
Para ele, a discussão em torno do filme é superimportante, pois permite que se discuta o contemporâneo e o uso da tecnologia” (relacional), que apresenta “outras formas de se estar presente com as pessoas”.
De Angeli ainda faz um paralelo entre a Publicidade e a Psicologia a partir da abordagem tratada pelo longa-metragem.
“O filme dá uma pincelada nisso: na prática profissional do publicitário e no nosso comprometimento com esse comportamento. E a pincelada que dou na Psicologia é na área da saúde. No adoecimento provocado pelos meios de comunicação, por essa dinâmica de que tudo acontece em todos os lugares ao mesmo tempo”, frisou.
Certificado
Após a Roda de Conversa, quem participou recebeu certificado online de participação, enviado pelo CREPOP do CRP-16.