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Psicóloga que atuou no terremoto do Chile fará relato de sua experiência em Oficina Regional

Postado no dia 17 de dezembro de 2015, às 17:42

O major do Corpo de Bombeiros Militar Emerson Antônio Rocha Pazeto também participará do evento apresentando o Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil do Espírito Santo (PEPDEC)

A psicóloga chilena Lílian Cecília Garate Castegnet, que atuou no terremoto do Chile em 2010, estará em Linhares na próxima sexta-feira, 29, para ministrar a oficina “Recursos Psicossociais para o Atendimento em Emergências e Desastres”. A participação da psicóloga acontece dentro da programação da Oficina Regional “Psicologia em Foco Especial: O enfrentamento às situações de emergências e desastres” , realizada pelo CRP-16, das 8h30 às 16h30, no teatro da Faculdade Pitágoras. O objetivo é relatar as experiências obtidas no país sul-americano e também nas tragédias provocadas pela chuva na região Serrana do Rio de Janeiro e em Santa Catarina.

Será realizada, ainda, uma simulação técnica em que os participantes pensarão na prática a partir de uma situação hipotética de pessoas atingidas por um desastre. Além de profissionais da região, também estão convidados trabalhadores de outras regiões que atuam em setores estratégicos que participam das respostas a eventuais tragédias. A oficina é gratuita e os inscritos estão convocados a levar alimentos não perecíveis e água mineral para doação aos atingidos pela Lama.

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Lílian trabalha, no momento, com a população atingida pela Lama da Samarco na região de Mariana e em outros municípios mineiros em uma ação do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG) que é parceiro do CRP-ES no evento em Linhares. Lílian explica que cada tragédia tem especificidades, mas que há pontos em comum que atingem as pessoas psicologicamente.

“A reação mais comum é o stress agudo. Reações de impacto e de desorientação, alteração de sono, oscilação de humor. Essas são respostas normais. Algumas tragédias geram mais danos materiais e pessoais. Elas podem trazer esses danos no curto, médio e no longo prazo, como é o caso do Espírito Santo, onde o impacto será longo e a solução arrastada. Isso provoca muita angústia, incerteza e rumores”, disse.

No caso dos moradores de Linhares, Colatina e Baixo Guandu as principais consequências psicológicas são as perdas dos laços afetivos e da identificação com o local, uma vez que o rio Doce, as praias da região de Regência e as margens atingidas deixam de fornecer renda, lazer e turismo, provocando perdas sócio-afetivas. A ênfase do trabalho com essas comunidades é de promoção da resiliência para que essas pessoas possam se sobrepor à tragédia e crescer a partir dela. Serão distribuídas cartilhas que falam desse cuidado e de aspectos psíquicos criativos e as principais recomendações.

Terremoto

Em 2010, o sul do Chile sofreu um terremoto seguido de tsunami que deixou mais de 500 mortos. O tremor teve magnitude de 8,8 graus e milhares de pessoas ficaram desabrigadas na região de Conception.

O Chile tem uma variedade de tragédias e desastres naturais e, de acordo com Lílian Cecília Garate Castegnet, a partir do terremoto de 2010 houve uma sistematização, produção científica e especialização dos profissionais da Psicologia voltada para a atuação nestas situações, articulando ações com os órgãos de emergência. “Essa articulação é uma experiência que pode ser trazida para cá”, disse.

Plano Estadual

O major do Corpo de Bombeiros Militar Emerson Antônio Rocha Pazeto também participará do evento apresentando o Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil do Espírito Santo (PEPDEC). Ele explica que o objetivo é informar sobre como o Estado se articula para fazer a prevenção, para dar respostas imediatas e para promover a recuperação após uma tragédia.

“Pensa-se muito na resposta imediata que é dada, mas a recuperação posterior é muito importante. A tragédia faz muito mal psicologicamente às pessoas que perdem suas casas, sua renda, muitas vezes entes queridos. A recuperação demora e o trabalho dos psicólogos é fundamental nesse contexto, tanto para ajudar a quem foi atingido, como para orientar as pessoas que estão no processo de resposta à tragédia, da Defesa Civil, por exemplo, para que lidem com as vítimas da maneira mais adequada”, disse.

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