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Revista 20 anos CRP-16: entrevistas com ex-presidentes

Postado no dia 9 de agosto de 2024, às 18:59

Confira a íntegra dos depoimentos das ex-presidentas e ex-conselheiras do Conselho divulgados nas páginas 24, 25, 26 e 27 da Revista dos 20 anos do CRP-16

Fabíola Costa e Silva Cunha (CRP-16/536)
“No ano 1998, durante os eventos preparatórios para o Congresso Estadual de Psicologia do CRP-04, eu e um grupo de psicólogos do Espírito Santo (ES) aprovamos uma tese de separação dos CRPs de Minas Gerais (MG) e ES. Motivados pela visão de uma representação mais local e eficiente para os psicólogos capixabas, esses profissionais se elegeram delegados e compareceram ao congresso com o firme propósito de defender essa tese.

Embora a tese tenha sido rejeitada pelo plenário de delegados durante o congresso, a persistência e determinação do grupo resultaram na aprovação de uma moção destacando a necessidade de separação. Parte desse grupo foi eleita como delegada para o Congresso Nacional de Psicologia, onde continuaram a defender com vigor a criação de um conselho regional independente para o Espírito Santo.

Com a discussão ganhando força nacionalmente, o CRP-04 começou a tratar o Espírito Santo de maneira diferenciada. Um ano depois, foi aberta uma seção de base estadual, que contava com um grupo gestor ativo. Este grupo participava de todas as plenárias decisórias do CRP-04, ganhando experiência e visibilidade. Esses anos de atuação como Seção prepararam o terreno para a efetiva separação, fortalecendo a identidade e a capacidade de gestão dos psicólogos do Espírito Santo.

Um fator crucial para a separação foi a quantidade de psicólogos no estado, que garantiu a viabilidade e a sustentabilidade de um conselho regional próprio. Em 2004, o sonho se tornou realidade com a criação do CRP-16, marcando uma nova era para a psicologia no Espírito Santo, com uma gestão mais próxima e representativa dos interesses e necessidades locais”.
Presidenta do I Plenário (2004-2007)


Isabele Santos Eleotério (CRP-16/743)

Todo nascimento acontece depois da gestação. Por isso, não há como esquecer dos inúmeros colegas que atuaram como gestores, por décadas, e possibilitaram o nascimento do CRP16 em 2004. Elas e eles tiveram papel essencial para que pudéssemos celebrar esses 20 anos de luta para a existência, em solo capixaba, da Psicologia como Ciência e Profissão.

Revendo esse percurso, lembro que logo que formei, no final da década de 1990, busquei aproximação com o antigo CRP 04, que à época acolhia a Seção Espírito Santo. Aos poucos a proximidade virou engajamento e a minha participação nos I e II Plenários foi uma decorrência natural. Lembro que participei da organização do primeiro plano de trabalho do Conselho que tinha como missão pôr em prática os anseios e os sonhos da categoria estadual. Sem dúvida, a instalação da sede em Vitória foi um alto investimento afetivo, econômico, político e social. Para dar conta desse empreendimento a ética, a dedicação e a parcimônia eram as palavras de ordem para os novos tempos. Com solidariedade e cooperação considero que conseguimos vencer os primeiros desafios.


De lá para cá passamos por algumas metamorfoses. Foram muitas discussões para pôr os alicerces no chão. Depois os plenários seguintes levantarem as paredes para que o CRP16 seja o que é hoje. Foram muitas dificuldades, algumas incompreensões, algumas parcerias… No saldo geral o que ficou foram os inúmeros aprendizados para o contínuo debate de qual é o papel do Conselho Regional de Psicologia do Espírito Santo no século XXI.

Conselheira dos I e II Plenários (2004 a 2007 e 2007 a 2010)

 

Hildiceia dos Santos Affonso (CRP-16/792)
Neste ano de 2024, o CRP 16 comemora 20 anos, e é importante recordar o início dessa trajetória, que começou em 1999. Naquela época, um grupo de psicólogas e psicólogos se comprometeu com a criação da Seção de Base Estadual, visando, no futuro, a criação de um CRP no Espírito Santo. Com o apoio do CRP de Minas Gerais, as condições iniciais foram estabelecidas, e após alguns anos de gestão, conseguimos alcançar as condições políticas e financeiras necessárias para a criação do CRP, consolidada em 2004.

Na primeira eleição, foi eleito o primeiro plenário, onde atuei como tesoureira. Na eleição seguinte, no segundo plenário, fui eleita presidente. Nessa fase, o grupo já possuía maior conhecimento sobre o funcionamento do sistema de conselhos e suas diretrizes. Durante o segundo plenário, continuamos com o concurso para funcionários efetivos, visando melhorar o atendimento administrativo e técnico aos psicólogos, e estabelecemos uma comissão de orientação e fiscalização robusta, essencial para orientar e fiscalizar o exercício profissional.

O segundo plenário também deu continuidade a uma das estratégias mais importantes do sistema de conselhos, o CREPOP, iniciado em 2006, que mapeou a diversidade de atuação dos profissionais de psicologia. O CREPOP impulsionou outros projetos no Espírito Santo, destacando-se a I Mostra de Práticas em Psicologia. Voltei ao CRP 16 como presidente no quarto plenário, dando continuidade às políticas do sistema de conselhos, especialmente às pesquisas do CREPOP e às estratégias de fiscalização e orientação dos profissionais de psicologia, com ênfase no trabalho desses profissionais.

Outras pautas importantes também foram abordadas nos dois plenários em que estive à frente do CRP 16, mas o foco principal sempre foi o exercício profissional da psicologia, que é a atividade-fim de um conselho de profissão.
Presidenta dos II e IV Plenários (2007 a 2010 e 2013 a 2016)


Silvia Gomes de Mattos Fontes (CRP-16/442)
Sou Silvia Gomes de Mattos Fontes, pertencente ao CRP16 desde 1991, quando ainda era um escritório vinculado ao CRP 04-MG.

Fui convidada em 2004, para fazer parte da composição da chapa para o primeiro Plenário que implementou a mudança de escritório do CRP-04, instituindo o nosso CRP-16. Época de muitas mudanças, e muito trabalho braçal, uma vez que apenas parte da documentação se encontrava em meio digital. Coube aos Conselheiros e aos poucos funcionários a regularização e transferência dos psicólogos inscritos anteriormente no CRP-04.

Ocupei o cargo de Presidente nos primeiro e terceiro Plenários em função de alterações na composição da diretoria executiva, por transferências ou desistências de colegas Conselheiros.

As comissões de trabalho foram sendo formadas gradativamente, e participei nos primeiros plenários da Comissão de Saúde e da Comissão de Ética.

Participei da organização dos COREP’s, eventos preparatórios para os Congressos Nacionais.

Durante esta trajetória, pude acompanhar o aparecimento de diversos cursos Graduação em Psicologia no ES, o que resultou em novas inscrições totalizando hoje em torno de 10.000 inscritos no CRP-16.

Recentemente participei como Psicóloga convidada da Comissão de Ética.

Hoje, faço parte da COPED, Comissão da Psicologia das Emergências e Desastres.

Ao longo dos 20 anos de existência o CRP-16 ampliou suas comissões de trabalho, e se faz presente em diversas instancias do setor publico, ganhando visibilidade e representatividade, levando a presença do psicóloga/o ao campo, como nas enchentes do sul do estado, oferecendo suporte e apoio aos afetados, promovendo o fortalecimento da dignidade do Ser Humano.
Conselheira dos I e III Plenários (2004 a 2007 e 2010 a 2013) 


Andrea dos Santos Nascimento (CRP-16/734) e Barbara Lara de Araújo Merçoni (CRP-16/2611)
Gostaria de agradecer a todas/os psicólogo/as que se disponibilizaram na doação de seu tempo para que essa gestão ocorresse da forma mais leve, menos adoecedora e prazerosa possível.

Às/aos colegas “ad hoc”, representantes em instâncias diversas também (Trânsito, Defesa Civil, SEADH, Direitos das Crianças e Adolescentes, Emergências e Desastres, ABEP, Comitê de Combate a Tortura, Luta Antimanicomial etc).

Trabalhamos a partir do conhecimento que tínhamos, erramos e acertamos muitas vezes!

Aos funcionários/as da COE, COF, Crepop,  Administrativo-Financeiro: nós passamos, vocês passarinhos.  Aos terceirizados/as do jurídico, limpeza e da comunicação: o que seria de nós sem as habilidades e competências e conhecimento de vocês! Tenho orgulho do nosso percurso de questionamentos, tensões e companheirismo. Aprendemos muito. Obrigada.
Presidentas dos III e do IV Plenários, respectivamente (2010 a 2013 e 2013 a 2016)


Adriana Salezze Fraga (CRP-16/677)
No início, o CRP-16 enfrentou vários desafios ao se separar do CRP-04, para se estabelecer como uma entidade regional independente. Para as primeiras gestões, houve o desafio de se fazer presente e reconhecido entre os profissionais de psicologia no estado. Esta autonomia permitiu uma maior proximidade com os psicólogos do Espírito Santo, promovendo uma gestão mais participativa e atenta às particularidades regionais.

Desde a sua criação, o CRP-16 trabalhou arduamente para fortalecer a profissão e garantir a qualidade dos serviços psicológicos prestados à população. Foram inúmeras ações de estruturação, de fiscalização, de formação, de valorização profissional; além da  representatividade e participação em vários coletivos da sociedade civil, com envolvimento em discussões e decisões políticas relacionadas, principalmente, à saúde mental, além de uma atuação ativa em conselhos e fóruns no estado.

A história do CRP-16 é um exemplo de resiliência e progresso, demonstrando como a organização e a dedicação podem transformar desafios em oportunidades, fortalecendo nossa comunidade profissional e promovendo o bem-estar coletivo.
Presidenta ao final do III Plenário 2013 (2010 a 2013)


Sharla Provietti Bitencourt (CRP-16/806)

Eu participava das ações do Conselho quando o estado do ES ainda era vinculado a MG, e foi muito importante acompanhar o trabalho dos colegas de profissão para criação da regional ES.

Pude estar como conselheira em 3 plenos, II, III e V, e não basta o desejo de querer estar como conselheira, existe todo um processo democrático de preparação para composição da chapa e posterior eleição, portanto os conselheiros são representantes da categoria e eleitos para tal.

O trabalho nesses três pleno foi feito por muitos profissionais servidores da instituição CRP 16, assessorias de comunicação, jurídica e contábil, profissionais de psicologia conselheiros e convidados. Estar no papel de tesoureira nesses três plenos aumentava ainda mais a responsabilidade, afinal não sou contadora e sim psicóloga. Com a criação da lei de acesso à informação o trabalho foi muito facilitado já que a autarquia divulgava todos os gastos a ações realizadas e existem também as reuniões de prestação de contas que são abertas para qualquer profissional de psicologia inscrito no conselho possa participar.

No ano de 2011, ano temático da avaliação psicológica, foi um grande marco, pudemos aproximar os profissionais que lidam com esse saber, tivemos eventos preparatórios regionais e depois um encontro nacional em DF. O objetivo definido para este Ano Temático foi o de ampliar as reflexões, com a categoria, sobre a avaliação psicológica, mais especialmente no que concerne à interface com os aspectos éticos, técnicos e o respeito aos Direitos Humanos e foi produzido um relatório robusto a partir dessas discussões.

A evolução do CRP-16 ao longo dessas duas décadas é um testemunho de nossa resistência e dedicação. Cada conquista foi resultado de muita luta e da determinação de cada servidor, conselheiro e conselheira que passou e está nesse Conselho. É com imenso orgulho que faço parte dessa história de 20 anos do CRP-16, foram momentos de muita transformação, conquistas e avanços para a psicologia capixaba e para a nossa sociedade!
Tesoureira dos II (2007 a 2010), III (2010 a 2013) e V Plenários do CRP-16 (2016 a 2019)

Bárbara de Souza Malvestio (CRP-16/3730)
A Psicologia Capixaba avançou exponencialmente em seus 20 anos de história, a partir de seu primeiro plenário em 2004, após a compreensão da categoria sobre a necessidade de um regional próprio. Assim, a 16ª região do país se desvinculou do Conselho Regional de Minas Gerais (CRP04), ao qual as (os) psicólogas (os) capixabas se inscreviam em uma seção mineira.

Os avanços administrativos possibilitaram independência e fortalecimento deste lugar articulador da profissão, ampliando a participação de psicólogas (os) para criar espaços de diálogo, construção coletiva e incidência política da psicologia no Estado do Espírito Santo em vários órgãos e instâncias de controle sociais estaduais.

Entre os anos de 2013 e 2016, o IV Plenário do CRP16 eleito com o nome “Cuidar e Agir na Profissão”, continuou com as ações coordenadas, atuando politicamente em pautas relevantes para a sociedade, como a promoção da saúde mental a partir da participação ativa no movimento da luta antimanicomial manifestando-se totalmente contra o financiamento público de comunidades terapêuticas e manicômios que ainda mantinha na época recursos do Estado. 

A defesa intransigente dos direitos humanos, início da discussão sobre acessibilidade a partir da constituição do primeiro Grupo de Trabalho sobre inclusão, a participação em movimentos contra a privatização sistemática do SUS, mostrando as consequências e impactos para a vida das (os) usuárias (os), e a valorização profissional somando forças com o sindicato de psicologia foram outras ações importantes.

O protagonismo da psicologia capixaba trouxe avanços significativos na construção de uma profissão comprometida e com responsabilidade social, por meio da incidência constante, coerente, política, técnica e ética do CRP16/ES em suas representações. Essa ampliação da participação social tem sido essencial para a construção das políticas públicas, promovendo o reconhecimento da importância do trabalho das (os) psicólogas (os) em diversas áreas de atuação, além de gerar mudanças significativas na sociedade.
Conselheira do IV Plenário (2013 a 2016) e colaboradora da atual Comissão de Políticas Públicas e Sociais


Marcio W. Bertaso (CRP-16/1446)
Tive oportunidade de ver a 16ª região do conselho de psicologia surgir a partir do desmembramento da região 4 ainda como graduando em psicologia. Mesmo sem a compreensão exata do que fazia aquele órgão,  sentia-me representado, sentia-me parte de uma categoria profissional em cada evento que participava.

Já com o diploma em mãos, tive meu primeiro contato com o CREPOP, que representou um fundamental ponto de referência para a prática profissional. Contribuir com uma vivência de atuação e ver aquela experiência se tornar referência foi o ponto de conexão derradeiro com este lugar de representatividade.

Anos depois tive a honra de compor o grupo eleito para condução do V Pleno. A partir da oportunidade de atuar diretamente na composição da COF e depois na COE ficou evidente o quão cuidadoso e sério é o trabalho de orientação profissional. Da mesma maneira, foi possível vivenciar o rigor e respeito com o qual são tratados os processos éticos em todas as suas etapas e com todas as partes envolvidas, garantindo a lisura necessária para a credibilidade de um órgão regulador de uma profissão tão importante na nossa sociedade.

Na esfera administrativa desta autarquia pude testemunhar o compromisso do corpo de conselheiras/os e funcionárias/os para a garantia do bom andamento da gestão e do melhor serviço à categoria. O V Pleno teve o desafio de realizar ajustes financeiros importantes e a transparência na condução deste difícil processo foi determinante para que hoje o CRP se consolide como um Conselho de grande porte, sendo referência para uma categoria profissional que cresce significativamente e precisa de referências consolidadas. Após 20 anos de atuação deste Conselho, afirmo que temos esta base pronta e vejo um horizonte de regulação da prática em psicologia que permitirá ainda mais o seu desenvolvimento como ciência e profissão.
Conselheiro do V Plenário (2016 a 2019)

Diermeson da Costa Saquetto (CRP-16/2673)
A experiência na articulação política e na dinamização do CRP, enquanto, presidência da gestão da quinta plenária, foi muito importante para mim. Pensar a Psicologia, não apenas em sua como condição autárquica, mas como política pública é um desafio gigante.

Escolhemos à época um grupo aguerrido de psicólogas e psicólogos comprometidos com a justiça social, com a ética e as técnicas do nosso fazer científico, e estreitamente aguerrido numa Psicologia voltada para a sociedade e para os profissionais.

Havia um desejo intenso de transformar o status quo, desagarrar de certo passado histórico, para um novo compromisso e uma nova proximidade com a categoria. O momento era de reinvenção do CRP.

Enfrentamos momentos muito difíceis do ponto de vista histórico, retrocessos políticos e civilizacionais, dramas sociais e desastres, assim como a necessidade do próprio CRP se reinventar enquanto CRP. A Psicologia Espirito-santense não poderia mais ser entendida como menor no cenário nacional, mas como um ente federado que tinha o que dizer e produzir. Assim o fizemos…

Tenho muito orgulho da defesa incondicional que fizemos, por exemplo, de uma Psicologia Laica, de uma Psicologia Inclusiva e Democrática, de uma Psicologia enquanto Política Pública, de uma Psicologia Científica, Técnica, e acima de tudo de uma Psicologia próxima das pessoas e da realidade social.

Viva o CRP, muito orgulho de ter contribuído, um pouco que seja, com a história desse Conselho.
Presidente do V Plenário (2016 a 2019) 

Maria Carolina Fonseca Barbosa Roseiro (CRP-16/2644)
Bom quando eu penso nesse tempo de 20 anos do Conselho Regional de Psicologia do Espírito Santo, eu primeiro penso não nessa trajetória como conselheira mas a primeira coisa que eu penso é o que são 20 anos qual é o tamanho desse tempo de 20 anos na vida das pessoas, na minha vida, na vida dos meus filhos.

Penso isso porque há 20 anos,  eu ainda estava na graduação de Psicologia, e meus filhos ainda eram pequenos. Nós tínhamos há 20 anos poucos cursos de Psicologia no Espírito Santo, quando eu entrei na Universidade Federal do Espírito Santo era o único curso no estado de

Logo em seguida vieram outros: primeiro aqui em Vitória depois em municípios da Região Metropolitana e rapidamente houve uma interiorização e, com isso, quando eu me formei o Conselho Regional da 16ª já tinha nascido né.

Ele tinha acabado de nascer, nós já tínhamos uma história da Psicologia no Espírito Santo. Mas essa história era vinculada ao Conselho Regional de Minas Gerais, é um estado que a gente tem uma divisa muito próxima, mas que a sede do Conselho Regional de Minas ou até uma subsede do Conselho Regional de Minas. A sede, a subsede mais próxima são muito distantes do Espírito Santo como um todo e de Vitória que é a capital, então essa distância, ela fazia muita diferença para nossa formação: o Conselho não estava próximo da nossa formação, quando eu fiz a graduação de Psicologia.

A minha formatura, a conclusão da minha graduação acontece mais ou menos nesse momento em que a 16ª passa a existir e com isso a história dos conselhos de Psicologia se territorializa aqui no Espírito Santo de uma forma mais próxima do que em nossa formação. E do que é a nossa atuação nesses 78 municípios.

Então essa inserção nos conselhos, ela acontece primeiramente em busca de formação e em busca de apoio para essa atuação nas políticas públicas. Nós temos um histórico muito significativo de atuação nos Conselhos, é da Psicologia como uma profissão autônoma e a maioria de nós tem essa atuação contínua com a atuação nas políticas públicas. Mas tem essa virada da interiorização da Psicologia e da expansão da Psicologia nas políticas públicas.

E aí logo em seguida nós que nos formamos mais ou menos nessa época estávamos começando também uma caminhada da Psicologia no Brasil mais vinculada a expansão das políticas sociais e a ampliação da participação da Psicologia nas políticas sociais tanto na parte assistencial quanto também na parte de formulação dessas políticas. A Psicologia já tinha caminhado junto com o SUS principalmente com as políticas de saúde mental, mas não somente; e a gente passa a ter um lugar importante na construção do Sistema Único de Assistência Social que é por onde caminho nos meus primeiros anos de atuação profissional

Dessa aproximação com o conselho principalmente pela pelas reuniões abertas das comissões do conselho, mas também por consultas ao conselho e dos materiais do Conselho relacionados ao Crepop, essa porta de entrada pela atuação nas políticas públicas que é uma atuação mais organizada coletivamente, nós passamos a compor a gestão do Conselho de uma forma mais vinculada as articulações setoriais de trabalho da nossa categoria.

Isso acontece mais ou menos na metade desse caminho de 20 anos no final da primeira década, a gente vive esse momento que a participação de psicólogos e psicólogos principalmente os recém-formados, como eu era lá na primeira década, a participação nos conselhos de Psicologia vem desse lugar de organização coletiva a partir do nosso campo de atuação, seja pelo SUS seja pelo SUAS, seja por espaços de coletivização do conhecimento, na área Clínica, organizações relacionadas à atuação no judiciário, no sistema de garantia de direito de crianças e adolescentes…

Então essas demandas coletivas da categoria, nessa virada da primeira para segunda década do Conselho do Espírito Santo, ela é uma participação que muda também a forma de fazer gestão, acho que o Conselho ele passa a ser um local não só de digo na cultura profissional. O Conselho deixa de ser um lugar só de normatização e passa a ser um local de organização profissional a partir dos nossos campos de atuação e nesse momento em que a gente começa a segunda década é que eu entro na gestão do Conselho.

Inicialmente, entro para trabalhar com as pautas que tem um vinculação a partir da minha atuação profissional, mas em seguida passo a compor a diretoria e aí a atuação na diretoria dos conselhos é uma atuação de gestão pública. Então acho que mudanças importantes aconteceram também na gestão dos conselhos nesses últimos 10 anos, nesse caminho, nessa direção de qualificar cada vez mais a gestão dos conselhos como uma gestão da administração pública. E isso significa ampliar o quadro de profissionais, significa organizar os processos de trabalho e também significa acompanhar o crescimento vertiginoso do número de psicólogos e psicólogos inscritos nesses últimos anos. Quando eu entro como conselheira, agora compondo a história a partir da gestão do Conselho é um momento em que o conselho ele deixa de ser um conselho jovem, um conselho pequeno e passa a ser um conselho de mais expressão.

Tenho muito orgulho da defesa incondicional que fizemos, por exemplo, de uma Psicologia Laica, de uma Psicologia Inclusiva e Democrática, de uma Psicologia enquanto Política Pública, de uma Psicologia Científica, Técnica, e acima de tudo de uma Psicologia próxima das pessoas e da realidade social. Viva o CRP, muito orgulho de ter contribuído, um pouco que seja, com a história desse Conselho.

Presidenta do VI Plenário (2019 a 2022) e conselheira do V Plenário (2016 a 2019)

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